sábado, 11 de março de 2017

Coluna do Guberman

A COLUNA QUE NÃO HOUVE
Tenho de pedir desculpas a todos os meus amigos. Quinta-feira não houve a coluna. Claro que o princípio básico da Coluna semanal é que ela seja, exatamente, hebdomadária.  Ocorre que, tal e qual os jornalistas da IVI, posso adaptar as noções, mas com grande diferença: eu acabei assoberbado de trabalho e meus compromissos de trabalho impediram-me de escrever em uma semana que fora tão profícua em assuntos. A IVI, todavia, quando o faz, é para distorcer.
Assim, tivemos algo inédito, tão inédita quanto a celebrada interação do Beira-Lamaçal à cidade: uma coluna que não houve. Não houve tal e qual não houve a entrevista com a mãe do Paulão, a reportagem com o Fabrício, a investigação sobre a denúncia do Potter, a entrevista com a esposa nutricionista... Foi a coluna que não aconteceu, como não aconteceram as reportagens sobre quem teria falsificado os e-mails do inter, sobre que jornalista teria entregue os pdf ao advogado ou sobre o dirigente vermelho que dissera que a imprensa era barata no RS. Foi a Coluna que não existiu, como não existiram as reportagens sobre o salário do Ariel, sobre as dívidas com o Juiz da Comarca e sobre a situação de bancarrota das contas vermelhas. Se a IVI pode não publicar, eu também posso.
A coluna da semana será curtíssima. Estou escrevendo-a no avião de volta a casa, em uma semana em que o Gre-naB foi assunto-lei, seja porque o nosso Árbitro Humano de sempre deu aquela mãozinha camarada à turma da B), seja porque Geromel foi covardemente agredido, como ano passado fora o Miller, por um novo mancebo colorado, desta feita o Brenner, causando novamente uma perda enorme ao nosso elenco em semana de estréia na Libertadores. Como ano passado, em peso, a IVI saiu na defesa do agressor colorado, chegando-se ao cúmulo do Wianey Sempre Ele Carlet, a tia-fada do soninho durante o Sala de Babação (a foto está circulando na internet: acorda, Morango!), posto em dúvida que tenha ocorrido lesão! Sim, senhores, ele repetiu, de viva-voz e em seu arremedo de coluna, ipsis literis, o que falara ano passado sobre o Miller! E tome de colunas defendendo o B-renner: Diori, Pedro Legado, Pipoca e Leonardo Papoula fizeram as suas. A verdade? Ninguém se preocupou. As imagens, porém, são claras: Geromel pula sozinho, braços alçados para impulso. B-renner Cotovelo pula, em seguida, mas em direção ao corpo do nosso zagueiro. Tinha clara intenção de agredir, já que não poderia visar outra coisa de vez que estava distante da disputa da bola. Lamentável em todos os sentidos (e nem marcaram falta, como ano passado com o Bolaños). Erra a arbitragem e a imprensa. Está realmente na hora de repensar-se a participação no ruralito.
Eles resolveram tentar puxar para o lado de um “incidente racista” novo. Pegaram lá a imagem de um cidadão que estaria injuriando racialmente outro alguém que a filmagem não mostra (ao menos a que eu vi). Mais que depressa, a ZH trouxe os de sempre para eructarem sobre o tema, sendo, ainda, que foram atrás do diligente membro do MP.  Colunas e mais colunas contra o Grêmio. Ridículas são o mínimo que posso dizer. O mais grave, porém, é que elas não são meramente ridículas, elas são perigosas e expressão de arrematado maniqueísmo: a quintessência da IVI, em suma.
Fizeram apaixonada defesa da "punição" e da gravidade do que houve para dizer que o Grêmio é racista.  Quando houve o lamentável e reprovável incidente na Arena, a IVI apontou-nos o dedo e disse-nos racistas. "Os Gremistas são racistas. O Grêmio é racista e o clube tem de ser punido”. Deu no que deu. Tentaram novamente agora. A mais pura lógica-cachorra! Em Porto Alegre, Paris, Bagé, Rio de Janeiro ou Kinshasa, honestidade é uma coisa só. O Grêmio ou o RS não são racistas. Racistas ou injuriadores raciais (para sermos corretos sobre o que teria acontecido) são pessoas. E essas pessoas têm de ser punidas com todo o rigor da lei, sejam da onde sejam. Fossem os integrantes da IVI sérios, teriam usado suas colunas não para falarem do Grêmio, mas para condenar incontestável e firmemente o que aconteceu. Mas  não o fizeram nem o farão, tanto que abandonaram o tema quando viram que era beco sem saída.
Sobre a cantilena acerca da vitória em cima do todo-poderoso Sampaio Corrêa (eles já estão se acostumando com os adversários da C, para onde vão inexoravelmente, seja no campo, esse ano na B, seja se forem punidos pelo caso dos e-mails falsificados, outro tópico tabu na IVI), nem vale a pena perdermos nosso tempo (achei que eles tinham jogado com o Barcelona pelo que ouvi nos comentários da IVI sobre o jogo, mas vi que era o SC), mas sobre a questão da Libertadores, tenho que lhes dizer apenas isso: Pedrernesto Legado saiu-se, na manhã de sexta-feira, dizendo que não queria desmerecer a vitória do Grêmio (mas claro que o fez), só que os times da Venezuela não podem contar para nada. Seriam muito fracos, disse o mortadeloso locutor. Santo Salmão da Contradição, Batman. Então o Seijas é fraco? Não? Mas ele não é o craque por excelência da Venezuela? Decida-se, Salmão-Mor, porque esse teu complexo de duas-caras chegou ao cúmulo do ridículo. E nem vou mencionar o papelão da ZH em não publicar a tabela da Libertadores para não mostrar que o Grêmio é o líder do Grupo.
Quero aqui deixar o troféu mico da semana para o Meneghetti Vamo-Vamo Inter. Saiu-se ele, , com a pérola que o Zamora era time muito fraquinho que, no máximo, conseguiria um sétimo lugar no Gauchão. Ao que foi “xoxado” por um colega de programa que lembrou que essa era a posição do inter no Noveletão. Poderia ter ido para casa sem essa...
Por último, meus amigos, parem de sofrer com as barrigadas da IVI. Wianey saiu com a coluna mais mandraque da semana, sobre o vexame internacional do sciB, dizendo que os vermelhos já seriam vitoriosos qualquer fosse o resultado da arbitragem junto ao TAS-CAS. Outras colunas saíram dizendo que a CBF estudava fazer um Brasileiro com 24 clubes, que a arbitragem sairia agora essa semana... mentiras e balelas. Se alguém se der ao trabalho de ir ao site do TAS (www.tas-cas.org), poderá ver que não há qualquer audiência marcada nesse sentido. Há pautas completas até o final de maio de 2017. Não há qualquer possibilidade da CBF mudar o formato do campeonato.  Além das tabelas publicadas, o Estatuto do torcedor veta qualquer alteração. Passarão por cima da lei? Os rumores, cuja fonte é o jurídico do inter, são motivo de chacota interna naquela entidade. Não creiam, portanto, nos assessores vermelhos disfarçados de isento.  E sobre o TAS, recorro novamente ao Barão de Panalpina e Conde de Sarandi, Marcos Vinícius Vargas,  Emérito Conselheiro e meu dileto Amigo: “E o mais importante é que não é falado:
O caso não foi julgado. Foi arquivado. Não tem como o CAS dar um parecer sobre a decisão no caso VR exatamente por que não houve decisão. Questão lógica.. O inter entrou pedindo que o caso fosse julgado. O máximo que o CAS pode fazer é dizer que deve ser realmente julgado. Pelo STJD.”  E aqui eu acrescento: pelo mesmo STJD que já sinalizou a regularidade da transação. Logo, Srs., por que ficar gastando células cinzentas com esse assunto?
Em suma, e para encerrarmos, nada de novo sob o sol do Rio Grande. E continuaremos, nesse final de semana, a ver a vermelhidão aguerrida após a partida dos pequenos da série B... Mas nosso combate continua. Até quinta-feira. Ou não.