A HECATOMBE
Pode-se enganar todo mundo algum tempo e pode-se enganar algumas pessoas o tempo todo, no entanto, é impossível conseguir enganar todo mundo o tempo todo. Só que os jornalistas isentos da imprensa vermelha esportiva gaúcha parecem querer ignorar essa verdade essencial: o inter subiu no telhado, tal e qual o gato da anedota.
Subiu conduzido pela própria empáfia e nos braços da IVI que, boa assessora que é, foi-lhe dando corda e parece, ao final, estar acreditando nos próprios mitos que criou. A semana foi de intensos artigos que profligavam sobre e-mails, CBF, retaliações, Suíça e até deixaram a audiência salva-pátria do TAS um pouco de lado. Ah, sim, porque os devaneios não têm limite. E, como previ na semana passada, a tônica do momento, a desculpa de ouro para todos os insucessos lá para os lados do Menino-Deus será a “represália” da Confederação Brasileira de Futebol. Ah, pois é... Atrasou a inscrição de um jogador qualquer? A culpa é da CBF querendo-se vingar, mesmo que o atraso tenha-se dado porque o supimpa jurídico que não presta atenção nos documentos que juntou no caso Victor Ramos também não tenha, na transferência do tal jogador, atendido todos os requisitos da lei para ultimar a indigitada transferência. Então, certamente, a culpa é do espírito de vendetta da nefasta CBF.
Antes que algum Justino (ah, essa praga que se multiplica velozmente no seio da gremistada) acuse-me de “estar ao lado da CBF” (essa frase calhorda, por exemplo, os Justinos aprenderam ouvindo a Rádio Nal-Nal. Houve até Justinos que andaram edulcorando a pílula ivista naquele antro), esclareço já: o embate ali é de duas instituições crápulas, o sci e a CBF. Não tenho estima em nenhuma das duas. Todavia, na lista das barbaridade, a primeira dá goleada na segunda. O que os indigna não é a CBF, porém, mas a possibilidade do céu (azul) cair sobre a cabeça dos vermelhos a quem eles passaram mentindo as últimas décadas e criam-se invencíveis. E como diz o meu nobre amigo Adriano Schtscherbyna, Rei das Autenticações e autor dos mais memoráveis áudios de 2016 (“Vocês vão cair esse ano, hein”), “vocês vão se ferrar esse ano”.
Ah, certamente, é uma hecatombe nuclear para eles. Os cientistas costumam dizer que apenas as baratas sobreviverão a uma hecatombe nuclear. Entretanto, pesquisas feitas recentemente no Instituto Universal Gaúcho de Física Quântica e Altos Estudos de Bagé afirma que, a uma deflagração nuclear, sobreviverão as baratas e os jornalistas da IVI. Sim, porque mesmo com a adaga sendo-lhes enterrada nos rins, eles reinventam o que disseram, jogam fora os fatos e criam novas distorções.
No quesito desmerecer o agente, a medalha de hoje vai para Zini Tottenham Pires, aquele cujos devaneios milionários deixaram Ibirama acreditando que seria a cidade mais rica das Américas. Ele saiu-se com uma coluna em que dizia assim “entre a CBF e qualquer clube, acredito no clube”. Pois será mesmo? Verdadeira era a primeira parte da manchete em que ele dizia que entre a CBF e o inter, ele acreditaria neste e não naquela. Se ele diz que entre a instituição nacional e qualquer clube ele ficaria ao lado do clube, o que ele me diz sobre sua posição durante alguns casos recentes que opuseram a CBF e o Grêmio? E não digo apenas no caso da Patrícia. Invariavelmente, Zini ficou contra o Grêmio, mesmo que o clube tivesse razão então, ao contrário do sci agora que, comprovadamente, violou a lei e chutou a ética para o mato. Não é verdade, portanto, que o zini sempre fique contra a CBF. Trata-se, porém, de Zini, aquele que ganha um dez na escala Kenny Braga de irrelevância, que vai de 1 a 5, e que apóia incondicionalmente a FGF diante de qualquer fato, ato, ação ou omissão que o Presidente Isento, Conselheiro da vermelholândia, dirige. Zini dança ao estalar de dedos do Nababo da Praia de Belas.
No quesito subverter o fato, podemos distribuir menções honrosas a toda ao esquadrão da IVI, qualquer seja a facção ou o veículo; no entanto, quero aqui marcar as palavrinhas de Diogo Pipoca, o Olivier, que, em histriônica coluna, conclama que a punição tem de ser feita a quem falsificou o e-mail e não à instituição. Ora, Monsiuer Pipoca, primeiramente, ele omite o fato de o requerido no procedimento ser apenas e tão-somente o inBer (em breve, inCer), não havendo qualquer pessoa física, e, em segundo lugar, esquece, também, que ele, o ‘Pipoquínea” Reflexivo, quando do caso Aranha, fez coluna exigindo a punição do clube, não da torcedora. Foi mais além: Monsieur Pipoca apareceu histérico em um programa do SporTV gritando por uma punição ao Grêmio... Quando Wianey Soneca Carlet olha para o Pipoca, diz sempre “eu sou você, amanhã”! Não o acuso de falta de coerência. Ele é coerente. Sim, é. Não hesita um segundo a contradizer-se caso isso seja necessário para blindar o clubinho do coração.
O fato é que eles olvidaram o que disseram em dezembro do ano passado sobre o PDF (deram ampla vazão e essa idiotice), abriram os microfones da rádio da Ipiranga ao advogado a quem se dizia ter cometido tal “deslize” e agora, diante da prova pericial, já inventaram até mesmo um hacker! Sim, agora já há até os que admitem que houve uma adulteração, mas foi um “hacker”. Nunca subestimem a capacidade deles. Estão fazendo uma batalha disso do hacker. Não, uma batalha, talvez uma guerrinha. E, por falar nisso, por onde andará Justo Guerra? Ligaram para a cadelinha Preta e ela não soube informar onde Guerrinha está. Li um Twitter (Terror da IVI) que ele inscreveu-se no programa de proteção de testemunhas da IVI, por isso está sumido há dois dias.
Cabe aqui um rápido esclarecimento. Senhores Jornalistas Isentos, cubram-se menos de ridículo. Apurem, ao menos, antes de escrever. Não adianta vituperarem à “la loca” achando que isso mudará os fatos ou influenciará o procedimento instaurando contra o clube do coração de vocês. Há uma prova pericial produzida. Essa prova técnica só poderá ser contraditada por uma contra-expertise que prove algum vício nessa prova pericial produzida. Inventar hackers, divagar que a adulteração existiu mas foi feita dentro da CBF para culpar o inter ou outras sandices do mesmo jaez não têm o condão de alterar os fatos. Todo o procedimento junto ao STJD foi aberto e submetido ao crivo do contraditório das partes. O corpo jurídico colorado teve oportunidades de produzir provas que consubstanciassem suas teses. E diante do momento em que poderiam produzir mais provas, como no depoimento de Victório Carlos, este preferiu ausentar-se do depoimento, em que pese a viagem feita.
Enquanto isso, Medeiros foi aos microfones chorar as pitangas. O clube está quebrado, disse. Recitou, por horas, uma catilinária e não foi confrontado por ninguém. Nenhum jornalista ousou interrompê-lo. Mesmo que aqueles fatos (mitigados) pelos dirigentes sejam frontalmente divergentes do que os isentos vinham apregoando na mídia gaúcha há anos. Afinal, garantiram que a situação do clube era de ouro, que o dinheiro continuava chegando à larga... Ninguém questionou o fato de se dizer haver dívida para com o Forlán e este não ter sido pago (a IVI sempre negou a existência da dívida), nem um só repórter questionou da onde saiu o tal déficit e indagou, então, onde estava o tal empréstimo de R$ 50 milhões feito ano passado e cantado na IVI como salvador da lavoura... Se mentiram antes, mentem agora e querem-nos passar a fábula de que a dívida do clube é de “apenas” 55 milhões...
Alguém viu, após a entrevista, análises sérias, reportagens ou matérias sobre a situação catastrófica vivida lá pelos lados da Padre Cacique? Não! Vimos reportagens falando da agonia do Olímpico ou sobre o entorno da Arena, em celebração ao clássico modus operandi da IVI, ou seja, vamos desviar o foco das mazelas vermelhas.
O fato é, Srs., que o inter subiu no telhado. E hoje é dia primeiro de abril. E como disse o Barão Marcelo Storr, aquele, “dia 1º de abril é dia da mentira, menos em Abu Dhabi que foi onde a mentira acabou”. Ora, se para o colorado todo dia é segunda (quiçá, poderá ser terça) para a IVI, a seu turno, todo dia é 1º de abril.