Escalar o G-4 é difícil. Ficar entre os quatro primeiros é tarefa dos melhores.
Na Serra quase congelada, o Inter ganhou do esforçado Flamengo de Mano Menezes (1 a 0), gol de Juan, nos acréscimos, quando o empate parecia inevitável. Tanto que Muriel foi o melhor da partida numa tarde discreta de D’Alessandro e Forlán, os dois melhores jogadores da equipe e da temporada.
Dunga errou ao escalar Jorge Henrique como atacante. O time só melhorou na segunda etapa, quando Leandro Damião entrou, o meia recuou, passou a flutuar e foi ajudar o meio-campo, passar e armar, suas especialidades. A decisão de atacar de verdadedo demorou quase uma hora.
Melhor do que os três pontos só os dois recentes reforços do Inter, o filho pródigo Alex e o goleador argentino Scocco. Sensível aos novos nomes, o torcedor foi as redes sociais comemorar. Deve. Pode.
O clube busca fôlego, qualifica o grupo, sente que pode lutar pelo título do Brasileirão, esperança de mais de três décadas. A união de D’Alessandro e Alex, a parceria de Forlán e Scocco faz todo o colorado sonhar já na oitava rodada da competição de 38 jogos. O Inter começa a se animar
O depoimento sobre Ignacio Scocco, novo reforço do Inter, é do jornalista Alejandro Casar, do La Nación, um dos principais jornais de Buenos Aires, a pedido do blog.
Confira:
Com Ignacio Scocco, o Inter compra gols. Ganha um atacante rápido, vertiginoso. Um jogador que tem o gol entre os olhos e que se adapta com facilidade ao time. Não tem problemas em sair da área para ganhar o pão e buscar o jogo. Também funciona como referência do ataque, como ocorreu no Newell’s que encantou a todos na Argentina.
Scocco tem o ímpeto de um Bernard e o poder de um Leandro Damião. Por essas coisas foi o melhor atacante do futebol argentino durante a última temporada, ganhou um lugar na seleção integrada por jogadores locais e sonha disputar o Mundial de 2014. Por isso, escolheu o Brasil e acertou com o Inter. Scocco precisa estar feliz fora de campo para render bem dentro. O melhor que pode fazer a torcida colorada é apoiá-lo desde a sua chegada e fazer com que se sinta mais um. No vestiário, não terá inconvenientes: não levanta a voz e é hiperrespeitoso. Se entenderá com perfeição com a banda de “hermanos” D’Alessandro, Forlán, Bolatti e Dátolo… se esses dois últimos ficarem.
Scocco é um atacante para muitos anos, que aterrissa no Beira-Rio no ponto mais alto de sua carreira. Se render como em Rosario, a cidade que o viu nascer como jogador, Inter desfrutará de um fora de série.
E deverá acostumar-se a gritar gol. Muitos gols
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