domingo, 10 de janeiro de 2016

ROGERIO BOHLKE E A GRANDE TRAPALHADA (FACE)


Rogerio Bohlke adicionou 2 novas fotos.
20 h
O ANO EM QUE GRÊMIO FOI BUSCAR O TIÃO ABATIÁ E TROUXE O TIÃO QUELÉ
Morreu em 2014, mais precisamente no dia 25 de outubro, em São Paulo, vitima de um AVC, o ex-atacante do Grêmio e do Atlético-PR Tião Quelé. Ele trabalhava na capital paulista no ramo de alimentação. Sua microempresa fornecia sanduíches e doces para faculdades e para o Carrefour na região do Tucuruvi, zona norte da capital. Natural de Monte Santo de Minas, terra do célebre massagista Mário Américo e do ator Milton Gonçalves, Tião Quelé ( na foto á direita) tinha dois irmãos que também jogaram futebol: o ponta-direita Fefeu e o volante Jandaia. Quelé ficou famoso ao fazer um gol de fora da área em Emerson Leão em grande jogo entre o América de Rio Preto e o Palmeiras. Depois ele foi para o Ponta-grossense e daí para o Atlético-PR, que, pelos nomes parecidos, resolveu copiar o Coritiba que tinha Tião Abatiá ( na foto à esquerda) e Paquito. Assim o Furacão contratou Tião Quelé e Taquito, este do América do Rio, mas a dupla fracassou.
Mas o Tião "bom de bola" era outro", o Tião Abatiá, atacante de força do Coritiba. Então, o Grêmio, que andava atrás de um centroavante bom de bola, pois havia cansado e contratar argentinos e uruguaios, como Oberti e Scota, por exemplo, e não conseguia se suprir desta carência aqui pelo Estado, com Bebeto, do Gaúcho, o "Canhão da Serra", e Laírton,do Esportivo, que não tinham correspondido. Assim, dirigentes do Grêmio, naquele início de temporada de 1973, foram atrás do Tião Abatiá e resolveram tentar buscar o atleta sem muito alarde, procurando despistar a imprensa, como sempre. Um funcionário do Grêmio, então, recebeu a missão de ir até a capital paranaense, buscar mais informações sobre o atleta e ficar por dentro da sua situação com o clube e suas pretensões salariais. Chegando em Curitiba, o funcionário incumbido da função- não se soube ao certo, quem foi ele- acabou sendo influenciado por um programa de rádio, cujo taxista que ele apanhara no aeroporto estava ouvindo. No tal programa, da rádio Clube, hoje, Banda B, os debatedores teciam rasgados elogios e atribuíam ao Tião, todos os predicados possíveis e imagináveis para um jogador de futebol. " Tião é um monstro. Tião não vai ficar muito tempo por aqui, logo, logo, irá para o futebol paulista ou carioca", diziam os participantes do debate.
Assim, após chegar ao hotel, o funcionário gremista planejou visitar o Atlético Paranaense na manhã do dia seguinte. Sabe-se lá por aque a visita foi ao estádio Joaquim Américo, o antigo nome do estádio atleticano e não ao estádio Belfort Duarte, o do Coritiba, o hoje Couto Pereira, onde jogaram o "Tião bom de bola".
Chegando ao estádio do rubro-negro, após procurar os dirigentes atleticanos, numa conversa que terminou antes do meio-dia mesmo, Tião estava contratado. O funcionário deve ter falado com seus botões, "sou bom em negociações. Contratei um ótimo centroavante em pouco mais de duas horas de bate-papo". 
Bom, para finalizar, alguns dias depois desembarcava no Aeroporto Salgado Filho Tião Quelé. O "outro", o Abatiá, continuaria em Curitiba, "metendo gols". Já tinha passado sem sucesso pelo São Paulo e talvez, também, fracassasse no Grêmio, vai saber. Deixaria o Coxa em 74 para jogar na Portuguesa, ou seja, também não brilhou tanto assim no futebol. No Grêmio, Quelé jogou meia dúzia de partidas e foi dispensado. Por um bom tempo era proibido de se tocar no assunto no estádio Olímpico e até hoje, ninguém assumiu publicamente o erro. Jogar no Rio Grande do Sul, mesmo, Abatiá só veio em 1977, no Pelotas, durante o Torneio Seletivo para o Campeonato Brasileiro, quando o aureo-cerúleio perdeu uma série "melhor de três " para o Brasil.