Flavio Guberman
"Eles ficam bravos por serem chamados de isentos, mas não de vermelhos".
Embora já tenha contribuído diversas vezes com o blog, escrevendo textos e análises, o RW agora me convidou a manter uma coluna semanal. E já vou avisando de saída: a responsabilidade de todo e qualquer conteúdo da coluna é tão-somente minha.
E eis a primeira de - espero - muitas. Evidentemente que a estréia tinha de ser sobre a IVI em geral.
Claro que, em breve, falarei especificamente de Diogo Pipoca e Pedro Legado, por exemplo. Hoje, porém, falarei do próprio conceito da IVI.
Assistindo há poucos dias o "Donos da Bola", vi os jornalistas querendo desacreditar o Roman e mais preocupados com serem chamados de membros da IVI. O paradoxal, todavia: não reclamam de serem chamados de vermelhos, mas se abespinham ao serem denominados de isentos!
Tomam como ofensa. Vituperam e, acuados, acusam... E quanto mais esperneiam, mais demonstram que não têm isenção e que querem negar o óbvio.
Tomo como exemplo o Baldasso (perdoem-me o palavrão). Desde o seu tempo de Gaúcha, passando por todas as rádios, sempre que se o chamava de membro da IVI, o pequeno êmulo de repórter gritava e dizia que não sabiam respeitar seu trabalho. E era isso?
Sabemos, hoje, que não. Saiu do armário e assumiu ser assessor do inter e que o fazia há lustros. Então, por que se ofendia quando era confrontado à verdade? Entenderam o motivo dele ser o mais patético defensor do Juiz da Comarca (o Garnisé dos Chiliques de Voz Fina). E como fazia o Baldinho, outros hoje seguem o idêntico roteiro.
Pensemos: qual o problema em assumirem-se colorados?
No Rio de Janeiro, conhece-se o time de cada jornalista. Renato Mauricio Prado, flamenguista absoluto, foi editor-chefe de esportes do Globo e editor-geral do Extra. Carlos Éboli e Alvaro Oliveira Filho, na CBN, flamenguista e vascaíno, nunca tiveram suas credibilidades questionadas. Em SP, Milton Neves sempre se assumiu santista e Kfouri, corintiano.
No RS, entretanto, os "jornalistas" nunca dizem a que vieram. E sabem a razão? Porque eles não fazem jornalismo, fazem assessoria.
Os jornalistas do eixo Rio-SP acima citados nunca fecharam os olhos aos erros de seus clubes de predileção, nunca abriram seus microfones e suas colunas para defenderem barbaridades e diretorias. Ao contrário! Kfouri sempre foi um espinho no pé de presidentes corintianos. Prado não deixava as administrações flamenguistas sossegadas.
No RS, não se identificam porque, justamente, se querem fingir de imparciais, querem fazer propaganda do e ao time que amam e que, talvez, faça até algo mais (lembrem do Affetato fazendo considerações sobre preço de jornalistas). E, também, usam seus tempos para criarem crise no clube adversário etc. Todos sabemos a cantiga. Logo, eles têm que se passar por isentos para continuarem e, quando confrontados, fingem-se de indignados. Suas práticas são velhas conhecidas: as agendas positiva e negativa, a novilíngua, as crises inventadas, as indignações seletivas, as entrevistas com pais e autoridades (apenas um lado) etc.
E é isso o que acontece nos pagos: não vemos analistas técnicos ou táticos. Vemos propagandistas. Inexistentes os cronistas esportivos, presentes os cronistas de resultados desatualizados que defendem estultices do "9 plantado" ou do "jogar por uma bola"...
Em suma, ofendem-se ao serem apontados como isentos porque sua mentira é por demais manifesta.
Aí que está o ponto e o mais importante motivo para um blog de combate à IVI existir: a verdade tem de estar em alguma parte. Não a podemos deixar morrer sob o manto rubro.
Somos opostos à imprensa vermelha não porque queiramos uma imprensa "azul". Seria o mesmo erro. Queremos, apenas, uma imprensa que diga a verdade.