A AGENDA DA IVI.
O comportamento da Imprensa Vermelha Isenta obedece a um criterioso roteiro de adequação às necessidades do clube do coração, nem que isso se dê às custas do sacrifício da verdade e da distorção pura e simples. O que é a agenda da IVI?
A IVI tem um modus operandi próprio, uma organização de tal magnitude que, mesmo sem liderança fixa ou uma estrutura aparente, tem sede, membros e um código linguístico e de conduta próprios cuja existência facilmente se verificam, a começar pela agenda negativa e agenda positiva.
Os assuntos relativos ao Grêmio são sempre sob ótica negativa. Ou qualquer assunto negativo, dá-se um jeito de se tentar vincular ao Grêmio. Surto de dengue na capital? Manchete da IVI, como saiu na ZH “Velho Olímpico é foco de dengue”. Qualquer jogador que tenha passado pela porta do Grêmio vira automaticamente “ex-Grêmio” caso se tenha envolvido em alguma polêmica ou caso disciplinar, intra ou extra-campo... E para quê? Simplesmente para vincular o nome do clube a algum fato negativo, mesmo sem qualquer relação com o clube ou com o futebol. Cito dois fatos: hoje foi divulgada uma notícia em que a CBF suspendeu sete clubes, do PA, SC, SP, MS e AL, por dívidas... Nenhum da primeira divisão. Apenas um da Série B (companheiro do clube do Aterro, diga-se de passagem). Uma cuca de pêssego para quem adivinhar qual foto, de que clube, ilustrava a matéria... Dica: um clube Tricolor e Imortal, pentacampeão da Copa do Brasil e que NADA tinha ou tem a ver com a notícia... Há uns meses, a ZH (sempre ela), reproduziu uma matéria do Jornal O Globo do Rio de Janeiro falando de irregularidades nos contratos de empreiteiras. A matéria original falava da OAS, da AG e outras. A matéria da ZH falava apenas da OAS, omitia a AG (dona do Beira-Rio Recauchutado, coisa que até os paralelepípedos da Calçada da invadida Pe. Cacique sabem, mas que a imprensa gaúcha nega. Vendem a mãe, mas se recusam a dizer a verdade) e ilustrava a matéria com uma fota da... Arena do Grêmio. Entenderam a agenda negativa?
No lado mau da força, rubro, o gaiteiro toca outra melodia. Falta dinheiro aos vermelhos até para o dia-a-dia. Dinheiro não há. Só que as manchetes para os lados do Beira-Bergamota são sobre empréstimos milagrosos (lembram-se dos 50 milhões ano passado que seriam a salvação da lavoura? Uma gota no oceano de dívidas. Há meses atrás, os vermelhos que não cairiam (será uma vergonha para o estado, bradava, histriônico, Pedro Legado, o Muso do Salmão; o mesmo Legado que, em 2004, dizia que o Grêmio mereceu...) foram a campo com as mangas da camisa tapadas por uma fita adesiva. Perderam patrocínio. Silêncio sepulcral. Anteontem, Zini Pires, sempre ele, saiu-se com a coluna babaquara do dia: “Como os asiáticos planejam invadir o Beira-Rio”. Eu não leio o zini, confesso. Vejo a palavra Zini e desisto, sei que vem bobagem e não perco meu tempo, mas, no Facebook, lendo a chamada, estava escrito que “Empresa Tailandesa que ocupar as mangas da camisa do SCI”! Alvíssaras, Senhores! Seus problemas acabaram! Saem as fitas adesivas e vem o arroz tailandês no Abacaxi... É verdade? Não, o Zini acha. Mas é o suficiente. O direito de imagem está atrasado, mas o importante é a manga.
No dia seguinte à eleição do Medeiros (sentiremos saudades de Derrótio Carlos Pífio), o GloboEsporte RS estampou: “Borja, Cazares e Danilo Silva são os albos da próxima direção”. Abriram-se os microfones e as colunas da Rádio Gaúcha e da ZH para, tal e qual seguidores apatetados de seita messiânica, repetir o mantra da nova direção “faremos um time da Série A para jogar da Série B”. Ah! Os debates do Parque dos Dinossauros (nomezinho simpático que eu dou para os velhos fósseis desatualizados de certo programa de “debates esportivos” das tardes da Rádio-Chefe da IVI da Ipiranga) giravam em torno dos super-nomes que chegariam... Até agora vieram Roberson, Klaus e Néris. Uma palavra de reprovação? Um questionamento da incoerência? Capaz! A zh saiu-se com manchete de cair o queixo: “jornalista catarinense elogia Neri”. Acaso é essa a função de um jornalista? Não!
Aliás, ainda no quesito agenda, mencione-se que eles seguem a máxima do “Grêmio Terra Arrasada” e “inter fato positivo sempre que possível ou não”. Quando uma negociação não chega ao fim, para o Grêmio, “dificultou”, “perdeu a oportunidade” etc., como noticiou o EsporteBandRS em relação ao Gabriel Fernandes. Quando é para os lados do Aterro Invandido, “o clube desistiu” (lembram do Henrique Almeida? Ah, pois é).
Medeiros assumiu um clube quebrado. Manchete da ZH? “Medeiros assume com pouco dinheiro mas com uma inédita cota de tv” !!!! Pelo Amor do Guarda, Senhores! Olha lá o fato “positivo” para minimizar a dor da realidade da bancarrota vermelha. Ontem li que não sei qual perna-de-pau virá para o inter “sem custos”. Outro! É impressionante. Não há outro clube no Universo que consiga tantos jogadores que venham por amor, sem custos e sei-lá-mais-o-quê! Daí, anos depois, a conta chega. As execuções batem à porta (vide Forlán e Garnisé Chiliquento) e a imprensa vermelha isenta não questiona. Passa à mentira seguinte e está tudo certinho.
E as secações de contratações? Foram até dizer que “Kayke tirou do sério os torcedores japoneses”. Fonte? Checar informações? Não! Bolaños, até o momento, não teve paz. É uma crítica a cada minuto. Chegou-se ao cúmulo de, no Parque dos Dinossauros, um sujeito chamado wianey, criticá-lo por ser equatoriano e chamar-se Miller! Ah, tenham a santa paciência!
Já viram, senhores, que a conversa é longa e poderíamos seguir alinhando exemplos. Todos que leram até aqui (agradeço-lhes a paciência) identificaram os casos acima e, por certo, assentiram com o que estou relatando: há clara falta de compromisso com a verdade. A IVI, amigos, não é isenta e vermelha à toa. É insidiosamente vermelha.
A única dúvida que fica, portanto, é: por que ainda há gremistas que dão crédito às insídias que a IVI traveste de notícia? Por que há tantos azuis fascinados pela perfídia vermelha? Porque, sinceramente, é um acinte à inteligência de qualquer um. Aos justinhos que se passam atestado de néscios, admoesto: acordem!
Por fim, quero deixar registrado, apenas por uma questão de justiça, que se deve avisar aos Dinossauros do Sala de Babação, que parem de se ridicularizar à toa. Como um programa que se pretende sério de uma rádio que se diz fonte de informação (em que pese ser, apenas, fonte de distorção vermelha) insiste na tese de que foi o Odorico Roman que criou a expressão IVI quando o próprio Roman, em entrevista a uma concorrente, já desmentiu ser o autor? O inventor da expressão IVI foi o RW. Ora! Essa insistência deve-se a quê? Como eu já disse e insisto: eles não suportam ser chamados de isentos.
Flavio Guberman