domingo, 13 de agosto de 2017

COLUNA DE FLAVIO GUBERMAN

ESTAMOS FARTOS
  Estamos fartos, amigos. Muito fartos. Nossa lista de coisas que já nos deixam agastados sobremaneira inclui, por suposto, a IVI, a FGF e os Justinos, corpo auxiliar notório da primeira e que tem um imenso poder de alavancar crises surfando na crista da isenção vermelha que emana das ondas rubras da Ipiranga, do Morro, do Centro, da Orfanotrófio... O fato incontroverso, porém, amigos, é que estamos fartos.
Estamos fartos de, apontado o erro institucional do artigo 31, ao invés dos jornalistas (voltaremos a eles) da IVI, ao invés de investigarem, ponderarem e fazerem minimamente o que a profissão e a deontologia exigir-lhes-iam, tomam logo a defesa do presidente da federação e abrem o microfone para que ele diga o que quiser, desvirtue o quanto possa e minta o quanto desejar. No entanto, nem uma indagação sobre o cerne da questão...
Estamos fartos das da federação que, forçada por decisão judicial a mudar seu estatuto que comportava erros (o Ricardo A escreveu brilhantemente sobre isso ontem aqui no Blog), veio a dizer que mudou o estatuto voluntariamente com a chancela do MP que colabora com essa veleidade. E acaso houve qualquer debate ou mera cobertura sobre isso na imprensa? Não! Porque, além de vermelha, é omissa e conivente, seja por clubismo, seja por concupiscência.  Entenderam por que estamos fartos? 
Estamos fartos da tricromofobia da FGF. Invariavelmente, por todos esses anos, e tais considerações povoaram muitas publicações nessa coluna e no blog, vimos uma miríade de decisões incongruentes, todas anti-Grêmio. Tivemos, por exemplo, ocasião em que o Grêmio, disputando a Libertadores e com viagem marcada para a Colômbia, requereu um adiamento da partida que disputaria no Gauchão. O Sr. Novelletto negou o pedido. Disse que não era  problema dele. No ano seguinte, o inBer disputava a mesma competição e viajaria ao México, creio. Mais do que depressa, o Sr. Conselheiro do inter que, nas horas vagas exerce a presidência da federação, aquiesceu com o pedido do clube do coração que nem mesmo precisou fazer requerimento formal para conseguir o adiamento... Noves fora as mesquinharias: quando da inauguração do prédio novo da federação (cujo custo, aliás, dava para ter financiado a construção de uma versão gaúcha do Palácio de Versalhes, mas, novamente, não se viu uma linha sobre isso na imprensa do estado), hastearam-se as bandeiras das agremiações. Uma cuca de pêssego quem adivinhar qual a única bandeira que não foi içada naquele dia... Esses são meros exemplos, eis que coisas como essa acontecem diariamente, desde atrasos de tramitação de procedimentos até as feituras de sorteios tão interessantes de mando de jogos que, invariavelmente, o Grêmio viaja mais pelo interior que missionário mórmon e o pessoal do Sal Grosso joga apenas em Porto Alegre ou Canoas. Dessas manobras, estamos fartos.
Estamos fartos da IVI. Estamos até as tampas com a crônica esportiva gaúcha e sua falta de compromisso com a verdade. Suas distorções,crises criadas e falta de assertividade. Não fazem um mínimo de esforço. É uma maneira própria e que já conhecemos à exaustão. Vivem de suposições e achismos. Não acertam uma, mas seguem lá sendo pagos para eructarem sandices maniqueístas. Um exemplo clássico, a criação de crises pela venda de jogadores. Praticamente todos os jogadores já foram “vendidos”e pouco importa, o negócio é inventar vendas subavaliadas para ficar reclamando que os valores são baixos, que o clube não poderá viver sem tal ou qual jogador; invariavelmente, o tal jogador essencial, meses antes, era um espinho no pé da equipe. Lembram-se do caso do Wallace? Pois é, foi exatamente isso que aconteceu. Do atual elenco, só não foram vendidos pela IVI o Romildo e o Nestor Hein, porque o resto... E os justinos, ao lerem os que escrevem Diogo Pipoca, Zini GluGlu, Wianey (que D’s o tenha)Soneca, Pedro Legado e cia., ao invés de ignorarem, saem, histéricos, pregando o caos e vituperando contra o clube e seus jogadores, mesmo que o que acabaram de ler não faça o menor sentido, coisa que até uma tartaruga lobotomizada e com problemas cognitivos teria percebido. Como não entenderam, ainda, que basta haver um bom momento no Grêmio que a artilharia dos cronistas isentos volta-se para a agenda de sempre: contratações, Arena, Olímpico, crise institucional e racismo? E estamos fartos dessas manobras rotineiraEstamos fartos das tentativas de se criarem crises estúpidas. Por exemplo, a mais recente, a saída de Espinosa. Não discutiremos aqui o papel de ídolo, a função que teve, a quebra de hierarquia no incidente, o fato dele ter dado entrevistas à ESPN, Extra, O Globo e CBN dizendo que torceria pelo Botafogo na Libertadores e na Copa do Brasil. Não emitiremos qualquer juízo de valor sobre essa heterodoxa atitude. Falaremos da imprensa. E o que ela fez? Tempestade no copo d’água, como de hábito. Nando Losango Invertido Gloss, do alto de sua calva ignomínia, tuitou que não sabia o que tinha acontecido, mas achava que o Grêmio tinha errado. Como é a história? Um “jornalista”diz que não sabe o que aconteceu, mas, mesmo assim, acha errado! No melhor estilo, não vi e não gostei, confessou que agiu como comadre à janela e, mesmo assim, hordas de justinos tuítaram em concordância com essa excrecência mental lançada pelo Benino do Losango. Se bem quem combinemos, alguém que segue e lê o Nando não é lá alguém que se possa dizer de posse das faculdades mentais.  A notinha, todavia, mais interessante é que Diori Acertou a Arbitragem (Pênalti para o inter) Vasconcelos, o Quase Quase, também tuitou, no melhor estilo caça-cliques, em tom de deboche, invectando algo como “depois, quem cria crise é a imprensa”. Ora, bolas, e não é? Quem transforma ato normal em relação trabalhista em tragédia grega? Quem inventa, manipula e fica seguindo o Miller, inventando mil coisas sobre a honra do rapaz? É desse tipo de coisa que estamos fartos.
Estamos fartos.FogaçaBoy, o rapazote do algoritmo, aquele que não identifica torcedores, desde que os torcedores não identificados sejam aqueles que quebram vidros e joguem sal grosso, aquele que já disse que não é gaúcho e não se identifica com o estado, ganhou o troféu cara de pau da semana ao, primeiro, fazer uma série de tuítes sobre a vida amorosa do Bolaños, chegando ao cúmulo de dizer que a esposa do jogador gostava de Porto Alegre, mas a amante não (ou vice-versa). Que absurdo! Quando foi motivo de opróbrio e foi afogado pelo volume da críticas, apagou o tuíte. Antes, no entanto, foi capaz de mais uma pérola, mandou que as pessoas “procurassem no Google”, como se isso o eximisse de qualquer coisa, demonstrando que o Sr. Pitaco tem mesma credibilidade de uma nota de 300 reais.
Em segundo, ele tuitou, novamente, chamando nossa torcida de racista. Não há porque ficarmos discutindo isso, de tão abjeto que é, ou ficarmos deblaterando aqui. É desse tipo de coisa que estamos fartos.
Estamos fartos de Alano Quase-Nada, Batista Desmaiada e Julio Cesar Aranha Santos nas transmissões dos jogos do Grêmio. Um, mal disfarçando sua decepção e seu pouco entusiasmo quando marcamos gol. Outro, invariavelmente ensinando o adversário e minimizando tudo o que acontece contra nós. O terceiro, inventando cretinices para perguntar aos jogadores e servindo de linha auxiliar aos criadores de caso. Estamos fartos de ver Diogo Pipoca na bancada do Redação SporTV desancando o Grêmio. Estamos fartos, portanto, do canal não ouvir as queixas da torcida gremista e insistir no erro, desrespeitando-nos, portanto.
Estamos fartos de ver as previsões e cálculos furados, a torcida invariável pelo adversário nosso. Pedro Legado decretara já que Palmeiras e Galo tinham mais chances do que nós na Libertadores. Ambos eliminados. O mesmo legado que tinha previsto o sucesso do Galo ano passado na Copa do Brasil. O mesmo legado que insiste que abandonemos o Brasileirão. O mesmo Salmão que cantou o hino do Fluminense no Sala de Babação quando o Fluminense era nosso adversário seguinte. O mesmo que agora finge fazer pouco do Botafogo para ver quem embarca no oba-oba mas, ao mesmo tempo, insiste na história do “eliminador de campeões. Estamos fartos, amigos, disso tudo.
Estamos fartos, enfim, deles terem de criar crise a qualquer custo e pior é haver gremistas, insistimos, que compram essas idéias estupidamente isentas. Não queremos uma imprensa azul. Não queremos outro erro. Queremos tão-somente uma imprensa que diga a verdade.
Pois encerraremos essa coluna com a única coisa da qual não estamos fartos: do ano maravilhoso que estamos vivendo, de estarmos vivos nas três competições que disputamos, de termos o melhor elenco do Brasil na atualidade, de vê-los patinar na B e de ver a IVI irritada e errando sempre em suas previsões.