A ETERNA CRISE
(Parte I)
Sucedem-se as crises na Arena. Sucedem-se os fatos péssimos e a demonstração cabal de que o Grêmio está fadado ao retumbante fracasso. Essa é a nossa IVI. A crise é permanente do lado azul e bom da força, enquanto, na Segunda Zona da Força, o lado do mal, o céu é de brigadeiro e, assim, descobrimos que, por exemplo, a seleção de Tite e o InBer de Guga Griffin têm muito em comum, como disse o nosso velho e rubicundo conhecido, Pedro Legado, aquele que, numa forçação de barra mais que coruscante, arrumou a nova desculpa que anda vicejando no regaço colorado: o clube não caiu, quem caiu foram os maus jogadores, o time ruim do ano de 2016. Engraçado que, na pecinha babacôncia produzida à guisa de texto pelo Legado Salmão, ele não lembrou que, em 2016, o mesmo jornalista-líder do Sala de babação, disse que os ex-galáticos ora rebaixados a ruins seriam campeões. Ou já olvidaram os arroubos histéricos que a IVI reservou ao time da B quando retornou da Pateta`s Cup? Projetaram uma meia dúzia de títulos para o mesmo time que ora Pedro, the Hutt, ora vitupera contra. E ele era um dos mais empolgadinhos... Ah, e não esqueçamos que há uma história tabu em Porto Alegre: a incrível história da Pateta’s Cup que era salvação da lavoura, virou quisto e, agora, gangrenou, eis que o Inber agora está sendo cobrado de uma multa milionária por haver recusado a participar da edição 2017. Isso é uma análise que não verás nas telas da IVI.
Já deveríamos estar mais que acostumados a tais invectivas, mas a coisa anda numa proporção jamais vista, só que o pessoal anda se esmerando com um ardor mais que emocional ou pecuniário, inexplicável em essência, uma verdadeira obnubilação de sentidos. E tome crise. Uma atrás da outra.
Por exemplo, tomemos aí a ação do Lacerda, artífice-mor da turma da rádio nal-nal. Ele, verdadeiro atuante da IVI, mais empolgado que Nico López, apaixonado pelo Seijas (aquele cujo custo foi de 35,5 milhões, não fez NADA, foi-se, e nem uma linha de quanto custou um gol seu nas folhas da IVI, ou mesmo um comentário nas rádios vermelhinhas), fez uma aposta e chegou a se maquiar após a eliminação do Grêmio. Ele passa o seu tempo de duas formas: eructando sandices no ar ou bostejando pelos dedos no tuíter. Entretanto, ele só se agasta com gremistas, eis que, para colorados, ele se maquila, faz permanente e arrebita-se, tudo na mais perfeita isenção.
E quero aproveitar aqui para falar do Miller e de sua saída. A sórdida campanha da IVI rendeu muitíssimos frutos. Não vou comentar aqui a longa e dolorosa execração pública a que foi submetido o jogador e a abjeção humana que é o pseudo-humoristas, comensais de restos do Guru Carvalho, que saiu na dianteira da canalhice, espalhando e fazendo piada com uns áudios imbecis que muitos gremistas caíram na asneira de partilhar e dar crédito. Falarei, sim, de apenas um aspecto: o texto do Justinador. Um texto lhano, cheio de lugares-comuns, tentou tirar ares de profético, tentou emular sabedoria e queria ser glorificado como píton dos pampas. Foi apenas ridículo e prestou um dos maiores desserviços aos gremistas eis que veio a taxar-nos de homofóbicos.
Estamos fartíssimos de reiterar que o Grêmio é o clube mais inclusivo do Brasil, inclusive em relação à diversidade sexual, tendo uma torcida abertamente gay em época em que, no Rio Grande, ser homossexual era um estigma grandíssimo. Somos um clube plural, multi-étnico e multi-confessional. Evidentemente que isso não interessa aos detratores contumazes, muitos infiltrados em nossas próprias trincheiras. E esse texto pouquíssimo ilustrado, reduziu um tema importante a uns quantos estereótipos, uma manifestação meramente acusatória. Não é libertador, é constrangedor! Libertador? Justinador, isso sim. E desagregador, acusador, infiltrador, amargurador. Precipitou-se na falácia e afundou-se na tautologia.
O texto, enfim, foi infeliz e maniqueísta. Partiu de equivocada premissa e generalizou. Fez o mesmo que a IVI, portanto. Não analisou, insisto, meramente acusou. E insistimos: por que seríamos homofóbicos? Sim, existem torcedores intolerantes, mas daí a dizer que todos os gremistas são homofóbicos... E vamos a uma questão de ordem lógica: como um jogador que a “imprensa” acusava de ter amantes, ser mulherengo e sabemos-lá-mais-o-quê pode ter ido embora por causa da homofobia? E quem foram os principais apoiadores do “texto justinador”? FogaçaBoy, o rapazote do algoritmo, e ArceBoy,.
Lembremos, então, que o Algoritmo 43 falou mais alto. Em 08/07/2017, ele tuitou dizendo que a amante de Miller não gostava de Porto Alegre, mas a esposa gostava. E daí seria o motivo da mortificação do jogador em ficar no Grêmio. Quando foi confrontado por este tuíte-fofoca, o que fez? Mandou as pessoas ˜estudarem˜, “evoluírem”e mandou-as procurar no Google! No dia 26 de agosto, por sua vez, partilhou o texto justinador e disse que “era uma pena”! Que era um grande jogador etc. Que demonstração de hipocrisia pura. O repórter respeitava tanto o jogador que só o chamava de Bolaños, quando o atleta já pedira reiteradas vezes ser tratado de Miller. E foi nessa linha, de lamentação e de desperdício de um talento, que o Filho do JB pegou o bastão do outro na execração por homofobia.
Seguiu a máxima da IVI: aquilo que era ruim enquanto o Grêmio usa passa a ser muito bom quando o Grêmio descarta... E houve, por parte da Justinaria, celebração pelo apoio do “cronista” que se recusou a dar os nomes aos bois quando uns torcedores colorados hostilizaram torcedores corintianos. Haja evolução.
Nada mudará enquanto todos, sem exceção, enfrentarmos a IVI.