sábado, 13 de outubro de 2018

Coluna de Flavio Guberman


O GAROTO DO BAIRRO IPANEMA
                   Inspirado pelo dia das crianças, resolvi falar de um pobre guri enjeitado na infância, desprezado na adolescência e espezinhado na juventude quando, na faculdade, era o alvo da mais indecente chacota. Natural que, com o passar dos tempos, desenvolvesse patologias séries e uma enorme síndrome de carência afetiva, necessitando desesperadamente de atenção. Com efeito, o torado ser, outrora gente, especializou-se, ao supostamente atingir a fase adulta, na secação, no desvirtuamento e no desespero por atenção, reitere-se. O ápice de sua vida, em fase madura (quase passando ao ponto de apodrecimento) aconteceu ao ingressar na facção da IVI da Ipiranga. Aí, passou a exsudar fel pelos poros, sempre crendo que alguma coisinha haver-lhe-ia de pingar, uma sobrinha de salmão aqui, umas amizades coloradas acolá...

                    O pequeno rapaz, fazendo jus ao seu apelido, pavoneou-se, deixou crescer vistoso cavanhaque na vã tentativa de esquentar-se do bafo gélido que ele mesmo exala. Ganhou música ali no Ipanema. Quando passa na Avenida Guaíba, cantam-lhe em coro:
 “olha que coisa mais linda,
mais cheia de gelo,
 é ele, menino, que vem e que passa,
na doce isenção reclamando do VAR.
Moço fã do  dourado (quem?)
Do sol de Ipanema
O seu palavraedo é mais que isento
É a coisa ridícula que eu já vi passar”

                   E assim, achando-se relevante e inteligente, vai o dito cronista de resultado, quintessência do caráter da IVI, tentando achar o ponto de isenção perfeito, a maneira mais insidiosa de criar crises no Grêmio. A esta altura do campeonato, todos já terão percebido que estamos falando de Zini Pires. Zini Piaçava no Queixo Pires. Zini Glu Glu Pires, como, com brilhantismo que lhe é característico, muito bem caracterizou-o o Prof. Lênio Streck. Tal como o Peru, Zini ficou com a elegância do urubu e a capacidade de voar do pavão, tudo o oposto o que um jornalista teria de ser.

                   O Homem de Gelo é, sem sombra de dúvidas, o maior pé-frio que habita o Rio Grande. Se ele disser que determinado circo fará sucesso, o anão cresce. Se ele diz que determinado time ganhará o campeonato, podem contar, por pule de dez, que o destino dessa equipe é o descenso.  E por que isso acontece? Porque é um incapaz na matéria! Incapaz de fazer uma análise tática, uma análise técnica, um estudo sobre organização e método; não entende o que se passa nas quatro linhas (ou fora delas). Não passa, na verdade, de cronista de resultados e de torcedor isento fanático que usa seu espaço na Folha da Ipiranga, por exemplo, para, tentando disfarça-lo como matéria jornalística esportiva, dar voz à vontade de uma pá de torcedores vermelho. Assim, como é incapaz de analisar o que vê, é natural que suas previsões e pseudo-análises dêem invariavelmente errado.  Não é à toa que o lema que ele desfia no twitter é “o futebol que você não vê”. Claro que não é o que vemos, é o que ele inventa. Não é à toa, também, por exemplo, que apenas ele via (rememoremos um pouco de história) um clube inglês por dia fazendo ofertas por Damião. Zini não é o Tottenham pires por obra do acaso. Precisou de muita força, muita incompetência, muita barrigada para conquistar o posto de maior homem de gelo do Rio Grande do Sul.  E olhem que isso não é pouca cousa, dada a quantidade de pés-frios que habitam aqui a Província de São Pedro.

                   Confesso a todos que eu não leio o Zini. Deixei de fazê-lo ali pelos idos de 2013. Sim, Srs., hoje só o faço quando algum amigo indignado pelas barbaridades do Abominável Homem de Gelo Glu-Glu Pires manda-me o texto. Assim, posso descobrir, horrorizado, que Zini, com o tempo, avinagra. Reconheçamos-lhe, porém, o mérito de sabujo da pauta da IVI. Basta que o Presidente Rubicundo Denardin, o Jabba, traga um assunto qualquer que, imediatamente, Zini o emula. É, mula, de verdade! Senão vejamos: Pedro Legado falou do Tucumán. No dia seguinte, era Tucumán do Zini. Pedrernesto Griffin veio com a toada dos sócios, em exercício de leviandade, e eis que Zini crocitou a mesmíssima coisa. E aí chegamos aos exemplos recentes, a série de colunas-exaltação ao River Plate.

                   Todos sabemos que o Grêmio ter ido às semi-finais ainda não foi digerido pela IVI que, despeitada, iniciou a campanha “troque sua camisa do Tucumán pela do River Plate”. E assim, a isenção gaúcha trocou de time argentino pela enésima vez. Eu mesmo, que não sou bobo, abri uma loja de material esportivo ali ao pé da redação da RBS. Já vendi horrores de camisas de times adversários do Grêmio. Abri também uma filial da loja ali na Orfanotrófio. Mas tive fechar. O pessoal de lá não tem pila nem para o café. Voltando, porém, ao tema, os repórteres e jornalistas isentos, então, passaram a enxergar o River Plate como uma mistura de Real Madrid, Barcelona, Juventus, Milan, Paris Saint Germain, Bayern e Chelsea. “32 partidas invicto”, bradam uns. “ O melhor River de todos os tempos”, ovulam outros. E, nesta senda, embarafustou o GluGlu, analisando a dificuldade que o Grêmio terá. Dificuldade, não. A impossibilidade de superar o time do River. Faça-me o favor!

                    O jogo do dia 23 será um jogo dificílimo, sim, porque o River é um time maiúsculo, ao contrário dos rabudos do aterro. Só que o retrospecto (mas isso ele não diz nem amarrado) é-nos favorável. Mais além: ganhamos do River em ocasiões passadas, na própria Libertadores, com times inferiores ao que temos hoje, com equipes inferiores à do River! Em 2018, porém, nossa equipe é, na pior das hipóteses, parelha. E se formos analisar à luz da verdade, a atual equipe do Grêmio é melhor. Só que se trata de uma equipe que tem de ser respeitada, sim. Temida, não. Não se trata de um jogo desigual, como entre Mazembe e Inber, quando os africanos não tiveram pena da equipe menor que os enfrentou. Trata-se de um jogo de gigantes da América. E o Grêmio ganhará.

                    Só que ao Zini não interessa essa verdade. Interessa-lhe, para chamar cliques, fazer parecer que os colorados também estão na disputa. Então ele lembra que o Garnisé Chiliquento jogou no River (mas não diz que saiu de lá corrido e que nunca foi ídolo), ou faz estultices como a coluna do dia 11/10, no qual ele, na portada, colocou que “o artilheiro do invicto River já foi esperança de gols no Beira-Rio”. Pois bem, o já foi “esperança” quer dizer que não se concretizou. E quando lá esteve, o tal jogador não passou de mais uma eterna promessa, saiu mal de lá etc. e tal, e todos sabemos como acabou a história. Isso tudo, porém, para dizer que o River “conta com a qualidade de ex-atacante do inter”. Sinceramente! É a novilingua da IVI com maestria: cole-se o nome do sci a alguma coisa remotamente positiva porque, a verdade, é que a IVI cala-se, cúmplice, ao descalabro dos salários e dos direitos de imagem atrasados, mas está sempre alerta para tentar fazer dourar a pílula colorada.

                    Houve épocas em que eu falava mais do Zini aqui no nosso espaço no Corneta do RW. Estava devendo a todos essa pequena idéia sobre o Valente Menino de Ipanema. Cada cidade tem a musa de Ipanema que merece. Enquanto o Rio de Janeiro tem a Helô Pinheiro, Porto Alegre tem não uma menina de Ipanema, mas um garoto (de outrora), Zini GluGlu Pires. Não é que tenha. Porto Alegre não merece isso. O Zini que se acha o muso inquebrantável (nem sei se ele mora no bairro Ipanema, apenas ele disse uma vez que gosta de “passear na orla”). E é aquela coisa, meus amigos, tal e qual o Pavão Invejoso da fábula de La Fontaine. Só que aqui temos um Peru que se crê um pavão. E é aí que que talha todo o leite.  Torço que, algum dia, ele dê-se conta do papel patético que ele representa e, assim, envergonhado, peça desculpas ao mundo. Quando isso acontecer, ele dar-nos-á o prazer de sua ausência.

                   Quero, por fim, já terminado o assunto da coluna, pedir a todos que votem no Prêmio Press 2018. Votem nos gremistas. Votem no RW como jornalista WEB do ano, votem no pessoal da Grêmio Rádio como locutores, repórteres etc., votem no Ducker, votem no pessoal do Hospício Tricolor. Votem em gremistas. Façamos fortes a hashtag #gremistasnoprêmiopress.