domingo, 11 de junho de 2017

COLUNA DO GUBERMAN

O SILÊNCIO ELOQÜENTE E A PALAVRA VAZIA
                  Mais uma semana passou-se na Província. E segue a nau dos insensatos que marca a IVI, nossa conhecida cujos hábitos, como sói acontecer, não se modificam, até porque, a esta altura do campeonato, mudar seria confessar. E nada mais lhes traz repulsa do que se reconhecerem “isentos”. A semana foi pródiga. De fato, mas nos concentraremos em dois fatos apenas para que – como se ainda houvesse dúvidas – se mostre à grande luz a caterva vermelha isenta cujos expedientes, desde a manipulação à distorção, passando pela invenção pura e simples, são os mesmos. E segue o baile. Os dois fatos serão a vitória do Grêmio na quinta-feira e a notícia, vinda do Rio de Janeiro, que a denúncia no STJD, oferecida pelo procurador, pode até excluir o inBer da série segunda a que ele pertence, conduzindo-o à C.
                   Antes, todavia, faremos um pequeno parêntese para responder duas dúvidas que têm sido recorrentes em alguns e-mails e mensagens que nós temos recebido. Primeira questão sempre feita: por que não falamos da Chacrete? Ora, simples: ele não é mais da IVI e o blog – e, por conseguinte, a coluna – serve para denunciar, trucidar, implicar, enfrentar, troçar (e toda uma gama de verbos transitivos e intransitivos) da cáfila de isentos que pulula na crônica esportiva gaúcha. Ora, a histriônica chacrete era da IVI enquanto desfiava seu veneninho purpurinado fingindo que era jornalista. Quando ele assumiu ser assessor da Escolinha do Guru Carvalho e passou a tuitar sandices e rasgou a fantasia, deixou de lado a mentira que ainda capeia outros como Pipoca, WC, Legado, Papoula e Cia., e, por conseguinte, saiu-nos do radar. E aqui clamamos: por favor, meus amigos gremistas, não lhes dêem público. Não respondam às provocações que o Balde de Quimo Alimentar posta, não retuítem... ignorem-no. O que ele quer é dar-se importância. Deixem-no, como a hiena, rolar nos próprios dejetos!
                   O segundo ponto que é sempre presente nas mensagens que recebo: o Grêmio. Indagam-me a razão de, supostamente, eu não falar no Grêmio. Ora, meus senhores, evidentemente que falo! Critico quando há críticas a serem feitas, elogio quando há o que ser elogiado, mas não me sirvo do espaço para falar de escalações, decisões técnicas, diretoria ou o que seja, até porque há dezenas e dezenas de espaços que o fazem e com rara competência. Insistimos nisso: nosso papel nessas linhas é fustigar a IVI. Simples assim. E, intimoratos, levamos e levaremos esse combate às últimas conseqüências.
                  Voltemos ao ponto em que paráramos. Falemos da vitória do Grêmio. Quinta-feira foi uma noite especial, sem qualquer dúvida. Na terça-feira, já começara a provocação tosca que já ficaria ridícula em um torcedor adversário, mas que abeira a indecência quando proferida por aqueles que, em tese, seriam jornalistas. A delegação gremista não viajou a Chapecó. Não havia condições de vôo. Justo Guerra, ainda sob efeito de fortes temores porque não sabe o que lhe pode sobrar no caso dos e-mails falsificados em que ele parece ser partícipe direto (e nenhum jornalista no RS ainda veio a público inquirir essa suposta participação), clamava aos quatro ventos que a decisão da diretoria do Grêmio era “duvidosa”. Com aquela cara de vivente vasectomizado  que recebeu da esposa notícia de gravidez, o Batalhinha de Confete, sem qualquer base ou informação, literalmente dizia que o Grêmio receberia punição por ausência. E, enquanto as manchetes do ClickRBS e da ZH diziam que “Grêmio desafia CBF’ ou “ Grêmio se recusa a viajar”, na Fox ou no próprio SporTV (nos sites), já havia a notícia do adiamento do jogo pela CBF... Impressionante a quantidade de vezes em que eles são desmentidos ao vivo pela verdade e isso passa em branco sem que haja qualquer constrangimento, no mais absoluto silêncio.
                   Após uma viagem de cerca de oito horas de ônibus (silêncio novamente), em um sofrível gramado castigado pela chuva ininterrupta, o Grêmio foi lá e mostrou a que veio. Seis golos foram marcados, mas a tônica do comentário de Diori Pirilampo foi “a defesa muito vazada”. Ah, vá! Ainda durante o jogo, Batista, O Vermelho, dizia, entre as instruções que dava ao time adversário do Grêmio (hábito que ele cultiva há tempos, invariavelmente), que o jogo “era pobre e ruim”, e que o placar “não retratava o jogo”. Em suma, eructava aquela panóplia de lugares comuns que marcam o discurso da IVI toda vez que o Grêmio vence. Ora, meu caro Batista, vá desmaiar noutra freguesia! Aliás, essa foi a tônica de toda a imprensa do RS na sexta-feira: a vitória fora “enganadora” quando não “feia”. Bonito, para a imprensa vermelha, é o empate com o ABC em casa... O melhor, porém: na quinta-feira à noite, galhofando, tuitei dizendo “Crise no Grêmio, Barrios não marcou gol”, e completei: “será manchete de amanhã, na tua ZH”. Pois não é que Leonardo Papoula, em uma coluna que foi posta no site, dizia praticamente isso? A necessidade de desconstruir uma vitória gremista é atávica.
                   Na noite em que, para nosso gáudio, o Grêmio mandou o Sinpof às favas, não tendo o que falar, em meio ao clima de velório que se instalou nas narrações da Gaúcha e da nal-nal,  Legado e seus comparsas “alertavam” o perigo para o Grêmio já que Léo Moura e Barrios estariam fora dos próximos jogos. O Grêmio, porém, tem grupo, vários outros jogadores retornarão ao time. Temos boas peças. Só que isso não é visto, evidentemente, pelos próceres da IVI que jogaram suas teses canhestras no ar, fealdades temperadas pelo despeito, cujas gotas foram sorvidas com gosto pelos Justinos que palravam incessantemente sobre os “desfalques” e apenas paravam de falar disso quando repetiam outras estultices também espremidas do azedume da IVI mas, dessa vez, sobre o Grohe que, se não é um excepcional goleiro, também não é o Valdir Peres que a IVI quer-lhe fazer parecer (não vou discutir o Grohe aqui).

                   A IVI não gostou da vitória do Grêmio não apenas porque foi uma vitória do Grêmio ( e isso já é o suficiente para fazer-lhes torcer os narizes), mas, também, porque foi uma partida com um placar elástico, e isso lhes dá uma repulsa gigantesca.  Afinal, os dinossauros da imprensa esportiva gaúcha são fãs do jogo “por uma bola” e com o “regulamento em baixo do braço”. Canso de assistir partidas dos campeonatos francês, inglês e alemão. Quando se produz uma goleada, há quase um êxtase, o que é lógico, já que o gol é o objetivo, o ponto fulcral do futebol! Por isso é que se chama “goal”, ora bolas! Em francês, também. A palavara é “but”, ou seja, alvo, objetivo. Não para os defensores dos calções sujos de barro que assombram os veículos gaúchos. Esses “cronistas” de resultado estão mumificados dentro de suas próprias miopias e têm horror ao gol. Gostam é de faltas e de apito amigo. Aí está mais uma característica da IVI.
                   O segundo fato que queríamos abordar é a denúncia do InBer. Quem lê e acompanha essa coluna, pôde ver que o que disséramos em diversas ocasiões verificou-se correto. Algumas apurações sobre o julgamento na Suíça ou sobre o trâmite da denúncia no STJD, fatos falseados ou distorcidos pela IVI, deram-se como escrevêramos. E por quê? A uma, porque fizemos aquilo que eles não fazem, nós apuramos. A duas, porque, ao contrário deles, nosso interesse é elucidar, não assessorar. E eis que, por diversas vezes, a verdade desmente-lhes as versões edulcoradas. São verdadeiros tapas na cara da IVI que, nem assim, muda. Insistem.

                   Essa coluna falou sobre o perigo concreto da exclusão deles da série B em decorrência do uso dos e-mails falsificados. Isso foi tratado com desdém e deboche pelos ivistas, em especial os bizantinos membros do sala de babação. Acima do Mampituba, eram recorrentes os alertas e as análises sérias de juristas e especialistas. No RS, apenas se abriam os microfones aos rábulas de plantão, prontos a chancelarem as sandices sem fundamento que os mestres vermelhos defendiam, ou ao advogado-gritão do clube do coração. Nada mais. Nem uma análise séria. E eis que, novamente, a verdade golpeou-lhes a face. Na quinta-feira, a ZH publicou, em sua página digital, a seguinte coluna: “Caso Victor Ramos: inter deve ir a julgamento no STJD, mas exclusão da Série B estaria descartada”. E, nos comentários, a folha vermelha da Ipiranga afunda-se ainda mais: “relação com CBF passa por reconstrução, mas Procuradoria deve oferecer denúncia”. Façam-nos o favor, Srs.! É muita cara-de-pau em uma manchete só. Primeiro, àquela altura, nada estava descartado. Segundo, não é “caso Victor Ramos”. Esse já se encerrou após as balinhas de mel na Suíça.  É “Caso dos E-Mails Falsificados usados pelo Inter”. Terceiro, quer dizer que eles adivinhavam resultados? Quarto, notem a insídia contida nas palavras: quer dizer que eles não negam haver erro de conduta, mas insinuam que se estivessem bem com a CBF não haveria denúncia. Isso mostra que a empáfia ainda lhes é afeita. Essa escolha de palavras é proposital, eis que referenda a tese que eles inventaram que isso tudo não passaria de uma “vendetta” dos dirigentes da CBF. Impostura! Empulhação!
                   E, repetindo, a verdade veio-lhes rir na cara. Na mesma quinta-feira, só que mais tarde, a denúncia foi oferecida, o julgamento marcado para a próxima terça-feira e pede-se a exclusão do inter do campeonato com base nos artigos 61 e 62 do Estatuto da FIFA. Essa coluna falou dessa possibilidade. Mais uma vez, tudo aquilo que eles diziam que não aconteceria, aconteceu. Sexta-feira, no Parque dos Dinossauros, os vetustos comentaristas não conversaram sobre o assunto. Surpreendente, não é? Limitaram-se a ler uma nota dando parte da denúncia. Nada mais. Silêncio sepulcral. A se fosse com o Grêmio. Quer dizer, ZH e o Sala publicam e dizem que estaria descartado o “perigo” de punição com exclusão e descenso à C, porém, no dia seguinte, há denúncia ao STJD pedindo exatamente isso e o silêncio é sepulcral? Dá o que pensar, não é mesmo?
                   E assim age a IVI: seus silêncios sobre determinados assuntos são eloqüentes, são confissões diretas de seus engajamentos inconfessáveis. E, igualmente, deitam falação sobre o que desconhecem e sobre o que lhes convém, naquela falsa indignação derivada de sua cognição seletiva maniqueísta. É mais fácil nadar de poncho que achar verdade no seio da IVI. É aquele velhíssimo adágio: há silêncios eloqüentes e palavras vãs.