O CAMPEONATO SEM IMPORTÂNCIA E A FALTA DE VERGONHA DA IMPRENSA GAÚCHA
O gauchão é um campeonato sem
importância? Sim, é. Todos que já leram os nossos escritos acerca do gauchão,
com o passar dos anos, já notaram que temos verdadeira abjeção a este torneio
sem qualquer sentido e que só nos serve para prejudicar. Quantos jogadores,
nestes últimos anos, perdemos ou foram prejudicados porque lesionados, seja por
atletas adversários, seja por condições muito ruins dos campos – verdadeiros
potreiros –, vieram a desfalcar o time em competições mais importantes, como o
brasileiro. Poderíamos aqui desfiar uma lista interminável que passaria até
pela costela quebrada de Geromel, lembram?
Não trataremos, ainda, do
time dos piás ou das razões que o leva a, após bons primeiros tempos, uma pane
defensiva total. Tampouco falaremos do goleiro. Insistimos que análises
técnicas e táticas já abundaram e foram feitas por gente mais qualificada que
nós. Aqui trataremos de questões
extra-campo. Trataremos de dois pontos nodais: Francisco Novelletto e sua
relação promíscua com a imprensa gaúcha.
Tornando ao gauchão, então, é
um campeonato viciado, de cartas marcadas e moldado à imagem e semelhança de
seu presidente conselheiro isento. Há poucos dias, em entrevista à IVI da
Orfanotrófio, ele ousou dizer que prefere o desonesto ao incompetente. Que este
causaria mais prejuízos que aquele. E ficou
tudo por isso mesmo! Ponto final. Essa frase é muito reveladora do
caráter do presidente da FGF (para quem ainda tinha alguma dúvida), de vez que
ele disse, textualmente, que tolera desonestidade. Como, aliás, ele precisasse
dizer... Vemos isso cotidianamente no campeonato gaúcho. Como, então, querem
que sacrifiquemos os titulares nessa competição sem sentido?
Um
campeonato capitaneado por um dirigente que não o poderia ser, de vez que há
que se lembrar do artigo 31 do estatuto da FGF que proíbe que o presidente seja
membro ou participe de equipe ou agremiação. Nem sabemos, aliás, se o estatuto
da FGF foi alterado ou mexido, de vez que, quando as redes sociais (incluindo
esta coluna e o próprio blog) suscitaram essa questão, o texto do estatuto foi
retirado do ar e não mais se falou no assunto. Falta total de transparência,
marca inexorável da administração noveletto.
Fatos que a imprensa esportiva
gaúcha finge que não vê. Quando chama o Presidente Conselheiro Isento para
entrevistas ou comentários, na verdade, abrem-lhe os microfones para que ele possa
disparar as mais incríveis sandices sem ser contraditado uma vez sequer. Isso é
uma falta de vergolha impressionante.
Raciocinemos, então. Dar
importância ao gauchão, aquele campeonato em que os sorteios são tão
interessantes que, quanta sorte, um clube quase não sai de seu estádio e,
quando sai, é ali para a grande Porto Alegre, e outro viaja por todo o interior
em verdadeira excursão “conheça o Rio Grande a fundo”. E quem defende a
participação integral com todos os titulares? A IVI. O bom é que a torcida
refuta-os. No dia 25/01, a Gaúcha lançou uma pesquisa interativa sobre o time
titular jogar contra o São José, torrar no gramado sintético, em razão dos
“últimos resultados”. 88% dos que responderam disseram que não. E qual foi o
comentário dos jornalistas? “Os torcedores não estão raciocinando direito”,
lascou o rubicundo Legado de Salmão. Não poderia deixar de ser diferente. A IVI
é, sim, patética. Seja quando tenta negar o óbvio, seja quando tenta desvirtuar
aquilo que se vê. Engodo e empulhação, com pitadas fartas de mau-caratismo, são
os ingredientes especiais e cotidianos da chamada Imprensa Esportiva no Rio
Grande do Sul.
E
é a esses “jornalistas” que os justinos dão credibilidade. E é a esse tipo de
cronista de ocasião a que alguns poucos gremistas ainda lêem e repetem! Por
quê? O terrorismo que eles têm feito
sobre as “ausências” de contratações de peso ou que não temos condições de
enfrentar a maratona de 2018 é rigorosamente idêntico ao que fizeram em janeiro
de 2017 e 2016!
É, portanto, claro
que, em matéria de coerência, eles são invencíveis. A sombra vermelha da
distorção, da adaptação e da manipulação paira sobre a imprensa esportiva
gaúcha e cabe-nos denunciá-los. Por isso, conclamamos: Não lhes dêem créditos!
Não lhes dêem atenção!
E
há quem caia na esparrela da IVI, gritando porque perdemos dois jogos e
empatamos um. É ruim perder? Sim, muito. Coloquemos, porém, a coisa toda em
perspectiva: o gauchão tem a importância que lhe damos. Apenas cremos que temos
de fazer o suficiente para não cair (apenas para economizar nossa paciência),
nada mais. Deixemos o gauchão para quem só tem essa grandeza. Nossa grandeza é
a Libertadores e o Brasileiro. Deixem os guris ganharem força e corpo.