sábado, 7 de fevereiro de 2015

O Manual de Redação da IVI.Por Lenio Streck




Manual de Redação da IVI
Assim como existe o manual de Redação da Folha de São Paulo – que até é vendido em bancas – também existe (dizem) um manual para balizar a novilingua vermelha. Para quem não sabe, a Novilingua é a língua inventada no livro 1984, de Orwel, como um prenúncio da praga do Politicamente Correto que viria décadas depois. Por exemplo, na Novilingua estava proibido falar em “derrota” quando se tratava de uma disputa do governo. Não se poderia falar determinadas palavras. Fazendo uma paráfrase: Se um atleta fosse derrotado por um de outro país, ficando em segundo lugar, a manchete seria: atleta nacional, de forma brilhante, deixa dezenas de adversário para trás. O Ministério da Fome, que tinha o nome de Ministério da Fartura, tratava a quebra de safra como eventual déficit de contingenciamento de grãos.
Assim é o manual para tratar do “fator vermelho”. Inter não empata pateticamente com o São José depois de estar ganhando por 3x0. A noticia deve ser dada como: ataque colorado massacra defesa de Zequinha, mas não é seguido pela defesa, que precisa de reforços. Inter jamais tem problema de caixa. Nunca terá, mesmo gastando 9 milhões com folha por mês. No máximo, Inter tem “eventual desequilíbrio entre entrada e saídas, mas com potencial enorme de reversão em face do numero de sócios”.  Já o Grêmio faz fiasco quando perde ou empata em casa; em termos de finanças, o tricolor deve para todo mundo; está quebrado.
Estreia de Vitinho: alvíssaras, chegou o craque; e a estreia de Lincoln? “Ainda precisa se afirmar”. Anderson: antes de avermelhar, simples reserva na Inglaterra; agora, grande aquisição e de saída já mostra seu amor ao clube. Anderson Show. Bingo! Viva a Novilingua chamada “coloradês”.