segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Coluna do Guberman

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O CAÇADOR DE CARANGUEJOS E O 88 METAMORFO
Tulio Milman está sempre em sintonia total com o lado vermelho da força, fruto da distorção e do maniqueísmo teratológico firmemente instalado no Rio Grande em que os interesses clubísticos, passam por cima dos mais elementares princípios deontológicos.

Nessa primeira coluna de 2018, queremos denunciar uma atitude mesquinha e vil do Sr. Milman, uma só, mas que é farta prova da conduta anti-ética e distorcida, onde até mesmo o respeito aos próprios antepassados é posto para escanteio.

Milman é um tudólogo, aquela espécie rara que acha que sabe tudo sobre tudo e, no final, revela-se apenas um cronista de obviedades. Aqui no Blog do Corneta do RW ele já foi desmascarado diversas vezes. E aqui queremos denunciá-lo novamente porque ele usou um assunto muito grave e quis vulgarizá-lo. Trata-se de neonazismo e preconceito. 

Há alguns anos, quando Giuliano foi jogar no Grêmio, teve-se a idéia de adotar a numeração 88. Imediatamente, o paladino da justiça, saiu dos manguezais onde caçava e publicou notinha no jornal e a reproduziu amplamente nas redes sociais, dizendo que diretoria deveria trocar a numeração e que aquele número estava ligado à saudação nazista. Esta semana, o inter apresentou um jogador, Patrick, e a camisa do rotundo atleta, qual número portava? Bingo, como diria o Prof. Streck: 88! Imaginamos que o Sr. Milman, tão criterioso, iria manifestar-se incontinenti. Ledo engano. Silêncio sepulcral que perdura até o momento em que escrevemos estas linhas, no domingo, 7 de janeiro de 2018, às 10h. Que silêncio tão eloquente do Sr. Milman! Que hipocrisia tão coruscante. Uma hipocrisia, aliás, não apenas de Tulio Milman é uma hipocrisia institucional, partilhada por todos os próceres da IVI! Eles contradizem-se amiúde e não se importam com os mais tortos raciocínios desde que lhes atenda à agenda isenta vermelha. A reação ao mesmo fato muda dependendo do lado em que se deu. Milman fez um cavalo de batalha. Quis vulgarizar um assunto sério, neonazismo. Destilou seu veneno contra o Grêmio. O sci apresentou patrick com o mesmo 88. Silêncio de Milman. Àquela altura, foi leviano e, agora, é hipócrita, insistimos. Sua preocupação maior era fazer intriga.

Foi vergonhosa a atitude de então, como o é vergonhoso o silêncio de agora. Quis, àquela altura, novamente, em agenda tão cara à IVI, amalgamar o Grêmio e a torcida gremista ao racismo e ao preconceito. Por isso ele sacou aquela história do 88 da guaiaca e agora se queda silente. O pior de tudo é que o tudólogo prestou um desserviço à conscientização sobre o neonazismo e anti-semitismo, de vez que usou, há anos, o nº88 para alfinetar o Grêmio e agora se calou com o sci. Mostrou que não tinha preocupação verdadeira e a discussão, hoje, está em sua hipocrisia, isto é, na sua atitude (ou falta de). No caso de Giuliano, usou problema sério para reduzi-lo a uma estupidez clubista! Minimizou a importância do fenômeno neonazista - e o RS tem diversos casos registrados - ao tentar ver nazismo em algo sem relação apenas para servir seus propósitos pessoais.  Quis criar factoide. E a prova disso? Não condenou a a camiseta do Patrick. Ou seja, Milman criou o 88 metamorfo, que se vai transformando à conveniência do freguês, que será usado como argumento apenas se a indignação seletiva e a hipocrisia institucional mandarem.

Notem que não estamos dizendo que não há anti-semitismo ou neonazismo. Ao contrário. Sabemos bem – e na pele – que há ainda muita estupidez e preconceito no RS, no Brasil e no mundo. Vivemos isso algumas vezes, infelizmente. Só que, por isso mesmo, não podemos admitir que se use fato tão grave e se o vulgarize por propósitos escusos e sem sentido. O 88 é muito usado, sim, pelos neonazistas. Porque o 8 representa o H, oitava letra do alfabeto, e, assim, 88 equivaleria a HH, iniciais da saudação nazista. Sim, isso é fato. Já vimos 88 grafitados em portas de sinagogas de Porto Alegre e São Paulo. No entanto, não se faz e não se pode fazer associação instantânea. Um skinhead com um 88 tatuado no braço, é um indício. Uma jovem na rua com camisa de time com 88 às costas pode ser apenas seu ano de nascimento, e não apologia ao nazismo. 

E Milman segue em silêncio. Só que agora, qualquer pronunciamento será a destempo, porque apenas reforçará a certeza de que ele, no caso do Giuliano, agiu não com boas intenções, mas por baixos instintos. E a cobrança nas redes sociais está ampla e forte. Não duvidem, porém, que ele saia com o argumento fácil da grenalização e que de que nós, que o estamos confrontando, estejamos querendo minimizar um assunto sério. Dirá que ele externou preocupação séria, que agora não precisaria alertar novamente, enfim, trará argumentos tautológicos para se justificar. Querer-se-á transformar em vítima, algo tão comum na IVI e expediente corriqueiro entre os vermelhos (e os supostos azuis fascinados pelo vermelho) da imprensa isenta. Só dizemos uma coisa, Sr. Milman, não permitiremos que o Sr. use a memória da milhões de vítimas para seus propósitos pessoais. 

Diante de um assunto tão árduo e tão difícil, desanuviaremos o ambiente e encerraremos a coluna socorrendo-nos da ótima definição irônica que lemos no site do Hospício Tricolor (uma rapaziada excepcional): “Tulio Milman não é hipócrita isento e só não condenou, com notinhas no jornal e tuítes, o 88 do Patrick do Binter porque sabe que, no caso do Giuliano, era “apologia” e, agora, no caso do rotundo jogador morango, é o tamanho da camisa! Parem de implicar com a IVI!”. É bem isso.
Flavio Guberman