A GRANDE BOLHA
DOS BOLHAS
A
coluna de hoje não tem a ver com aquele clássico do terror dos anos 50, “A
Bolha Assassina”, de Irvin Yeaworth, mas guarda imensas similaridades: aquela –
como a bolha que hoje exsurge da IVI – traga as pessoas à sua volta que se vêem
envolvidas naquela grande trama. Sectariamente, alguns próceres ivistas têm
saído (ou tentado) sair da bolha. As duas derrotas acachapantes perante o
Grêmio fizeram que alguns tivessem lampejo de consciência. Outros, nem isso,
continuaram firmes naquele universo cor-de-rosa (ou seria vermelho?) em que
tudo é perfeito e nem os 18,4 milhões de motivos que lhes caem na cabeça é
suficiente para verem a verdade. No entanto, diga-se de passagem, a “vitória”
de quarta-feira deu à bolha uma força enorme, e como os moradores da
cidadezinha do filme, estão todos despreocupados no cinema a esta altura,
deixando a bolha crescer.
Comecemos com o imediato
pós-jogo e três próceres ivistas: Pedro Jabba Denardin, o Pedro Legado; Diogo
Pipoca Olivier, o que gosta da rima, e Maurício Guinaçu Saraiva, o Sable
Pissée. Os três são partidários da bolha, os três vibraram com a derrota do
Grêmio. A linha mestra da IVI na quarta-feira que fez, por exemplo, que o
Diário Gaúcho, aquele pasquim da IVI da Ipiranga, fez que a capa trouxesse os
dizeres “classificado” para um e “redimido” para outro. Fantástico mundo dos
isentos; gente que vive na bolha em cima de uma torre de marfim. À IVI, falta
pudor. Eles não foram desclassificados, foram “redimidos”. 5 na cola em 2
jogos, foram eliminados, mas estão redimidos. Escrúpulos zero. Parabéns! E
sabem o que mais? Muitos colorados – e alguns justinos à reboque – entraram
nessa cantilena! Ah, pois é, Srs., a justinaria já gritava ensandecida a terra
arrasada por conta dos comentários de Saraiva na TV e do Pedrernesto na Rádio.
Ambos pouco escondiam suas satisfações e, por exemplo, Saraiva não parava um
minuto de fazer a contagem, aventando o terceiro e o quarto gol do inter, mas
em nenhum momento de sua análise fez ou pensou na hipótese de um gol do Grêmio,
tão ou mais possível que o terceiro do adversário. Saraiva, o enganador, que
naquelas colunas que parecem um elogio (na verdade escondendo aquele veneno da
insídia, por meio de palavras dúbias e expressões equívocas), deu a entender
que o Renato tem sorte sem, aparentemente, desmerecer-lhe a competência, já que
disse que nunca vira um incompetente com sorte. Pois nós conhecemos: tu,
Saraiva, és o mais arrematado exemplo do mais consumado néscio sortudo. Não
sabes concatenar um pensamento que não esteja maculado de rubro, és maniqueísta
e tautológico, mas segues ganhando para, no ar, defenderes teus morangos do
coração. Queres mais sorte?
Noves fora o fato – e já
fizemos a análise da partida em si – de que apenas jogamos após os vinte
minutos do segundo tempo e já dissemos em algumas ocasiões que vimos com
circunspecção àquela escalação, a despeito da imensa campanha favorável da IVI,
o fato é um: Grêmio é tão grande que, mesmo perdendo, nós os eliminamos e,
assim, de uma só tacada, pusemos a IVI, os colorados, os justinos e a FGF para
dormir. Ou acaso já esqueceram que a FGF já tinha até preparado tacinha
mequetrefe para entregar, no domingo dia 11, ao “primeiro lugar” da primeira
fase? E o que fizeram com a tacinha? Esperamos que o Sr. presidente conselheiro
isento dela tenha feito bom uso.
Independentemente disso, veio Diogo Olivier, o
Pipoca. Com a morte de Wianey, Diogo Dumbo Olivier tomou-lhe o lugar de Diva da
Estupidez Coruscante, e tem feito isso com raro brilho e ardor. Olivier,
ardentemente vermelho ( e agora ainda mais, depois que os colorados começaram a
boicotá-lo e reclamar dele porque, pouco cognitivos que
são, não perceberam que ele estava remedando o Peninha, e a coloradagem pensou
que ele estava fazendo pouco da malta rubra), fez do limão da eliminação uma
baita limonada, lançando a coluna do “lado bom da eliminação”, quando assertivo
ao afirmar que essa “saída precoce” daria ao colorado vinte e cinco dias para
se preparar para a disputa da Taça Victor Ramos, o jogo contra o Vitória pela
Copa do Brasil. Não obstante isso, no Sportv de quinta-feira, veio ele com a
tese de que o inter tinha “massacrado” o Grêmio na quarta. Como assim? Os dois
gols nasceram de eventos fortuitos: o primeiro, da infantilidade do Bressan
(sim, foi pênalti, infelizmente. Ninguém marca esse tipo de penalidade, mas, à
la lettre, foi, ainda mais com arbitragem viciada de Vuaden vermelho). O
segundo, de uma falta que não houve e que o bandeirinha Rafael Rabanete
resolveu apressar-se a marcar. Porque, o que fizera o inter na maior parte do
jogo? Bola alçada na área e bumba-meu-boi o tempo todo. E, mesmo assim, odair, cuja
maionese estava quase desandando, ganhou fôlego e deu sobrevida à bolha.
E Pedro Ernesto? O Jabba
da Ipiranga veio com coluna exsudando vermelhismo ao dizer, com todas as
letras, que o sci é candidato a uma vaga na libertadores em 2019. Esse ano ele
demorou a começar essa campanha. Mas começou. E indagamos: da onde vem essa
certeza? Da bolha! Sim, porque quem os levará à Libertadores? A Franga, exemplo
consumido do fracasso nesses tempos bicudos do sci, sem água ou luz? O
Impedidão, cujos gols são mais escassos – e caros - que água em Marte, o planeta vermelho? Ou
aquele Ri-alguma-coisa, vindo diretamente de um gancho por indisciplina de seis
meses na China, o campeonato mais bagunçado e indisciplinado do planeta?
Potker, que está sendo vendido igual à moça de função em posto de beira de
estrada? Lendo o tal texto, não se enxerga uma razão técnica, uma análise de
conteúdo, um exame profundo, mas tão-somente umas perfunctórias palavras que
trazem o desejo incontido do Presidente da IVI. Potocas, nada mais. E quer o
Jabba ser levado a sério.
A bolha, Srs., é imensa,
mas não é nova. Segue aqueles preceitos imutáveis da IVI: eles não perdem nunca
(redimidos, mas não eliminados), tudo é positivo (ganharam 25 dias para
treinos) e são potenciais campeões sempre... Do nosso lado, é sempre caos
(vieram com antecipação de 22 meses no processo eleitoral), mau-desempenho
(problemas no ataque, na defesa, no massagista, no gramado, nos hambúrgueres da
lancheria e por aí vai) e dúvidas. Não é possível que não se veja esse
tratamento diferenciado e abeirando à aeticidade.
A bolha dos bolhas, meus
Srs., é gargantuesca. E cada vez mais bolhas entram para a confraria da bolha,
que é igual à Caverna do Dragão, ninguém acha a saída e, quando parece achar,
vem alguém ou alguma coisa e puxa-lhes de volta. Preparem-se, amigos, porque
2018 será – e estamos dizendo isso há tempos – para eles um 2016 bis. Nós já
estamos salvando fartíssima coleção de prints para jogar-lhes na cara no final
do ano.