sábado, 22 de setembro de 2018

Coluna de Flávio Gubermann


TODO DIA É DIA DE IVI 
Segurem-se nas poltronas porque a IVI, essa semana, está particularmente machucada. E a dor profunda que os consome tem um nome e sobrenome que os marca: Grêmio de Foot-ball Porto Alegrense. A mera menção ao nome do  Imortal é suficiente para que eles tenham dores abdominais e ovarianas(ou seriam ivianas?) intensas! Com efeito, duas semanas após, seguimos perguntando quem é dourado e eles seguem morrendo de raiva, a uma porque o Grêmio, seja através da performance de seus jogadores, seja por meio da ação de seu presidente, destruiu, uma a uma, a pauta da IVI. 
 Tendo a semana começado com o foguetório em Porto Alegre, na segunda-feira, porque eles já se achavam “líderes”, e assim foi a tônica do dia pelos intrépidos vermelhos isentos; só que faltou combinar com os russos: mesmo contando com um penalzinho maroto (ah, que falta faz o var bem aplicado), foram derrotados pela Chapecoense. E aí o bombardeio iniciou-se. Um torcedor do inter fez um sinal com as mãos claramente indicando um avião. Imitava uma aeronave que caía. Horror de canalhice, indesculpável atitude. Só que os vermelhos que tão bem conhecemos correram para, em bloco, defendê-los. Redche, na manhã seguinte, em seu Café com Vinagre (como o pessoal do Hospício Tricolor bem apodou o programa dele), inventou toda a espécie de desculpas: era sinal de queda para a segunda divisão, passando por “não se pode garantir que era mesmo um colorado” e chegando ao já tradicional “a atitude de um só não pode prejudicar o clube como um todo”. Sim, Srs., o Capitão Salsicha da IVI, Redche, histriônico (na certa ainda tonto pelas voadoras que recebeu do Carlos Josias), desfiou todo aquele rosário de leviandades tão caras aos jornalistas isentos toda a vez que alguém traz provas inquestionáveis do comportamento abjeto de um jogador, dirigente ou torcedor colorado.  Sempre que eu vejo essas coisas, imediatamente me vem à cabeça o pensamento: e se fosse um gremista? Basta isso para que se tenha certeza de que que a IVI é paranoia nossa. Não existe. Reche é uma pessoa de boa índole e íntegra.

          E chegou o dia do jogo contra o Tucumán. E aí foi a vez de Pedrernesto Jabba Legado, aquele que tem um denardin de salmão, defender uma retranca e o maldito pontinho fora. Foi acompanhado nisso por Diogo Pipoca, o que gosta da rima. O primeiro, no Parque dos Dinossauros, fez uma análise das dificuldades de se jogar na Argentina. O segundo, no redação SporTV, falou da força do Tucumán e do bom resultado que seria um empate, “mesmo que sem gols”. Olhem o tamanho da insídia... A IVI é danada, Srs.! O Tucumán passou de time velho e acabado (Pedro legado na semana passada), de time lento e limitado (Diogo Pipoca na semana anterior), a time de força e muito temido. E veio aquela campanha pelo pontinho fora (o vestibular do fracasso, eu sempre o digo). E por quê? A uma porque o Tucuman era o primeiro (e no momento do jogo, o segundo) no campeonato argentino e estava há seis meses sem perder em sua cancha. A duas, porque até as pedras dos canteiros da Avenida Ipiranga sabem que o Tucumán  tentaria – o que efetivamente fez – abafar logo de saída para conseguir marcar, compensando, assim, as suas limitações. Então, se eles conseguissem mudar a convicção do nosso treinador e este colocasse um time recuado e com medo, aumentariam as chances de ir-se o boi com as cordas. Só que há muito tempo não temos mais treinadores molóides que se deixavam acanalhar pelos sacripantas da IVI. Fomos lá e vencemos (não vou aqui fazer análise da partida. Muitos já o fizeram brilhantemente. Estou apenas comentando a reação da IVI). O que aconteceu? Veio novamente o discurso do time ingênuo e que já estávamos na semi-final (Pedro Sempre Ele Ernesto). E por quê? Simples: discurso desmotivacional, para que se instaurasse o clima de oba-oba, os jogadores desmobilizassem-se e por aí vai. Só que, repito, a história no Grêmio hoje é outra.

         E o Grêmio não deu a mínima para o que disse a IVI. Só que houve mais. Houve Diori sendo Diori Piu-piu (ele sonha crescer para se tornar um novo Zini Glu-Glu), insinuando que o VAR ajudara-nos na expulsão do jogador argentino, como se ele tivesse sido mal utilizado! Insídia em cima de injúria!        Que péssimo dia para a IVI: vencemos, nos aproximamos da próxima fase na Libertadores e o jogo do Grêmio contra o Tucuman foi o mais assistido na TV naquele dia, mais que qualquer outro... Suicídio em massa em Porto Alegre.

         Enquanto isso, pelos vermelhos, dos mesmos produtores de “cacetinhos de papoula” veio a história do Hotel de cujas paredes exalam pó. Guerrero, o caro jogador que recebe para ficar de férias em Maceió e em Lima (embora eles insistam em mentir a dizer que nada saiu ou está saindo dos cofres do clube), insiste no Hotel malévolo que lhe quer prejudicar a carreira! Sinceramente, essas declarações foram motivos de ironia e incredulidade na imprensa do RJ e SP. Na aldeia, porém, os bravos isentos da zh fizeram até entrada ao vivo na coletiva, no circo armado por advogados que querem ressuscitar uma questão já decidida e irreversível. Essa irresignação é tão autêntica quanto uma nota de 3 pila. É um grande teatro dos advogados para que haja o que mostrar, uma vez que aceitar a punição seria cobrir o sci ainda mais de ridículo. E a IVI sendo conivente, como sempre.

                   Entrementes, Romildo adiantou os salários, renovou com jogadores, ampliou contrato com kannemann e Renato declarou que não sai e que pretende renovar. De uma feita, três pautas morreram. E a IVI, infeliz, silenciou sobre dois assuntos: o relatório do Itaú-bbva sobre a higidez financeira do Grêmio (jornais do Rio, de São Paulo, de Buenos Aires e até de Lisboa destacaram o fato. Na aldeia, silêncio sepulcral) e sobre os salários novamente em atraso lá pelas plagas bergamóticas. Até Justo Guerra sabe que os direitos de imagem estão atrasados há mais de cinco meses e que, agora, os salários em si estão atrasados novamente. Só que isso é tabu em Porto Alegre. Quando é conosco, os balanços são analisados, postos em dúvida e por aí vai... Zini Glu-Glu, anos atrás, veio com a história dos “cofres raspados” no Grêmio, só que silenciou, na mesma oportunidade, sobre o pessoal que “retirava de pá da boca do caixa” do SCI. Isso tudo é porque não existe IVI.
          E chegou sexta-feira e a convocação para a seleção. E noves fora o fato de Adenor, o pastor, dizer que não convocaria ninguém dos times que disputam a Copa do Brasil, não teve essa atenção para com os que estão na Libertadores e nas cabeças do brasileiro (e eis-nos desfalcados do Everton novamente). A IVI chegou ao cúmulo de, ao comentar sobre a convocação do jovem Phelipe, tesouro gremista, disse que ele, “ao lado de Everton (...) representa a dupla Gre-nal”.  Mas ué!? Como assim representa “a dupla”? Por que eles têm de trazê-los à conversa?  Onde estão Dourado (quem é dourado?) e Damião?  Nota mil em taperobagem isenta. O que leva um suposto profissional achar que uma frase dessas é normal? Imaginem algum jornalista sério dizendo que tal convocação representa a dupla Fla-Flu ou Corinthians e Palmeiras? Se tivesse escrito que eram convocações que representam o estado, ainda lá aceitaríamos, mas dizer que representa a “dupla Gre-nal” chega a ser patético. E mais patético ainda e ganhador do troféu “comentário bosta da rodada” foi Leonardo Papoula Oliveira que se saiu com um tuite para dar a entender que possuía contatos internos na CBF e tentou justificar porque se convocou Wallace e não dourado. E foi alvejado nas redes sociais. Ora, meu caro Papoula, dourado não foi convocado porque é um jogador ruim, de pezinho duro. Não serve nem para entregar Gatorade aos demais jogadores.
       Por fim, apesar da campanha intensa da IVI, Renato foi totalmente absolvido pelo STJD e o Maicon, apenas advertido. Nada mais. Isto é, ficou provado, como sustentávamos, aliás, que não houve a enorme confusão e comportamento reprovável de Maicon, como a IVI martelou. A atitude de Maicon foi, então, correta. Entrementes, o time da IVI tomou multa. Alguém leu sobre isso? Ah, pois é...
Em rápidas pinceladas, essa foi a semana da IVI e, dessa maneira, tão tresloucada quanto a Baby Consuelo quando era baby Consuelo e cantava que todo dia era dia de índio, no Rio Grande, todo dia continua sendo dia de IVI.