Correio do Povo -Pesquisa : RW
Ficha técnica e Diário de Noticias (Daison Santana)
GRÊMIO 4 X 1 F. C. SANTA CRUZ
Competição: Campeonato Gaúcho/Octogonal Final - 2º Turno - 4ª rodada
Data: quinta-feira, 30/maio/1968
Horário: 20h30min
Local: Estádio Olímpico, Porto Alegre
Árbitro: José Cavalheiro de Morais
Renda: NCr$ 9 540,00 (DN / Revista do Grêmio)
Público: 2 296 (1 006 pagantes)
Grêmio: Alberto; Altemir, Paulo Souza, Áureo e Everaldo; Cléo e Jadir; Babá, Joãozinho (Oyarbide - 24 do 2ºT), Alcindo (Beto - 31 do 2ºT) e Volmir; Técnico: Sérgio Moacir Torres Nunes
F. C. Santa Cruz: Lori; Taquari, Gunga, Gildo e Pítia; Índo e Paulo César; Cuca (Ênio Fontana - 23 do 2ºT), Jaime, Rudi e Sílvio.
Gols: Índio 23, Alcindo (pênalti) 32, Jadir 38 e Joãozinho 45 do 1º tempo; Alcindo 23 do 2º tempo
Classificação (11 rodadas - 22 pontos disputados - faltando 3 rodadas): 1º) Grêmio, 17 ; 2º) Internacional, 15; 3º) Pelotas e Cruzeiro, 11; 5º) Juventude, 10; 6º) Brasil, 9; 7º) Santa Cruz, 8 e 8º) Gaúcho, 7.
**Jornal Diário de Notícias - 2º Caderno: "GRÊMIO GANHOU COM MUITA FACILIDADE"
Sofrendo um tento, aos 23 minutos, o Grêmio, que já vinha melhor, como que despertou e passou a comandar absoluto as ações, transformando um pequeno "susto" numa vitória categórica, indiscutível e até mesmo obtida com facilidade. Já ao final do primeiro tempo, dono total do campo de jôgo, o quadro gremista vencia por 3 a 1 e tinha o cotejo decidido em seu favor, pois o Santa Cruz estava sem condições de proporcionar uma "virada" que pudesse modificar o panorama das ações.
Posteriormente, jogando mais em visível intuíto de poupar-se para o Gre-Nal decisivo de domingo, o quadro gremista ainda marcou dois gols, um dos quais anulado pelo "bandeirinha" Orlando Simões, que alegou impedimento de seu autor, Joãozinho, o qual partiu de posição legal. Entretanto, como já havia marcado um, de cabeça, e repetia o lance, não faltou quem dissesse que o auxiliar achou demais um "mignon" como Joãozinho fazer dois gols de cabeça.
O Grêmio jogou com um padrão definido com jogadas rápidas, deslocamentos no setor ofensivo e muita agressividade. A fixação de Jadir na meia-cancha e as atuações de Babá e Volmir, homens certos para os lugares certos do ataque gremista, foram motivos preponderantes para a visível melhora de atuação do quadro tricolor, que vai para o Gre-Nal com dois pontos de vantagem e um moral por demais elevado. O Grêmio jogou mais, acertou mais e teve, realmente, muito mais méritos do que seu adversário.
O Santa Cruz foi um adversário brioso, aguerrido, que jamais deu mostras de desânimo e teve, também, o mérito de saber perder, salvo um lance isolado de Taquari em Volmir, que ficou perdido nas demais jogadas sem intenção que compuseram o cotejo. Teve em Jaime sua figura máxima, mas naturalmente não tinha condições para lutar de igual para igual, contra um Grêmio em noite muito inspirada.
O Santa Cruz abriu o escore, num chute de fora da área, desferido por Índio, que Alberto aceitou pacificamente, aos 23 minutos. Aos 32, aconteceu o pênalti de Taquari em Volmir, que Alcindo cobrou com precisão, Jadir, após defesa parcial do goleiro Lori, desempatou aos 38 e Joãozinho, de cabeça, aumentou, já nos descontos. Finalmente, aos 23 da fase final, Alcindo, depois de uma triangulação com Babá e Volmir, encerrou a contagem.
José Cavalheiro de Morais, com altos e baixos, dirigiu o cotejo, que rendeu 9.540 cruzeiros, em noite imprópria para o futebol, pela baixa temperatura e elevado grau de umidade.
"GRÊMIO DESDE 1955, NÃO PERDE OS CLÁSSICOS DECISIVOS" Pedro Pereira da Silva (vice de futebol do Grêmio)