sexta-feira, 3 de abril de 2015

Lenio Streck e a IVI



A IVI E O FATOR FABRICIO: COMO A DIALÉTICA QUEBRA UMA IDEOLOGIA
As últimas semanas foram pródigas. Um marxista diria que a dialética nos proporcionou que as contradições e as contingências mostrassem a crua realidade, desnudando a “ideologia IVI” e a “ideologia da CIA” (notem: no primeiro não há a palavra “da”).
A ideologia esconde as coisas.  Um discurso é ideológico quando ele consegue esconder seu verdadeiro objetivo. A IVI (Imprensa Isenta Vermelha) leu a Ideologia Alemã do Marx e depois as diferentes vulgatas.  E, assim, montou um arcabouço discursivo pelo qual esconde a preferência clubistica atrás do discurso de “isenção”. Se você quer identificar um membro da IVI, basta ver quando o Inter vai mal. Ele não consegue esconder a raiva em relação ao técnico, do jogador, do árbitro que-não-apita-suficientemente-a-favor.  Um dos truques é  fazer um discurso pessimista: Inter vai mal, não se classifica. Precisa reforçar e blá, blá, blá. 
Quando os árbitros dão quase um pênalti por partida a favor do Inter, o motivo é: errar é humano ou “os jogadores do Inter são mais velozes”. Claro: os dos outros clubes não são. Com os do Emelec. E os impedimentos? Interessante o modo como os bandeirinhas gauches são precisos para apitarem impedimentos contra os adversários do Internacional. Coisa de Fernando Pessoa: apitar impedimento é preciso; viver não é preciso...quer dizer marcar o impedimento embora não seja “preciso” (no sentido de certeza), é preciso marcá-lo se for contra o time de coração do bandeira e/ou do árbitro.  E todos serão protegidos por outra forma de ideologia: a da CIA (os Comentaristas Isentos de Arbitragem), uma nova raça de tauras que se forjou na dialética do combate entre as torcida. É uma espécie de neo-luta-de-torcedores, cujo resultado é sempre a favor da IVI dominante. Como diria Marx: a história do mundo é a história escrita pelas classes dominantes.
Tudo isso encontra seu ponto de estofo (ponto de estofo é ótimo, não? Será que a inteligentia da IVI entenderá?) no case (atenção redação: é case mesmo, com e) Fabricio. Fabricio é contingência. Fabrício é quase um enunciado performativo. Ele representa a dialética. Ele quebrou o mundo da psedoconcreticidade da IVI (desculpem-me a sofisticação, mas só com muita dialética eu consigo compreender as vicissitudes da imprensa gauche – pseudoconcreticidade é um conceito que aprendi de um livro chamado Dialética do Concreto, de Karel Kosik, que os burros da Faculdade iam comprar na livraria de física...por causa da palavra concreto – rá, rá e mais um rá; mais ou menos o nível da cognição de certos jornalistas desportivos de terrae gauche).
Fabrício é cura. Fabrício é remédio. Fabrício desnuda a hipocrisia. Cadê a leitura labial? Onde estão os histriônicos da imprensa de terrae gauche clamando pelo impeachment do Inter? Inter afastado do gauchão charmoso? Por racismo? Ups.  Sim, porque o Gremio foi impichado. Sem direito à defesa. Eis a NOVILINGIA: no case Grêmio-Aranha, a noticia era “caso de racismo”. No caso Fabricio, é “suposto racismo”. Suposto!!!! Bingo. Binguíssimo. Nada melhor que um dia – dialetizado – depois do outro. Quem ainda tem paciência para suportar a NOVILINGUA? Quem suporta o escamoteamento-epistêmico (ala putcha, hoje estou terrível) da CIA dando guarida aos “erros humanos” da arbitragem? Andando pela AVENIDA, perguntem em um posto YPIRANGA, mas podem pagar com CRUZEIRO, rezando para SÂO JOSE, no caminho para NOVO HAMBURGO; na volta, venham comer um hambúrguer no GREMIO, pago pelo MAMUTE, que estava “impedido” no Grenal. Impedido ele foi de fazer o gol, pelo bandeirinha que erra-por-ser-humano.
É isso. And I rest my case