sexta-feira, 3 de abril de 2015

Um pedido para Monsieur Pipoca.

Estou ainda esperando o tratamento isonômico e sério do caso Fabrício pela "mídia" esportiva gaúcha.
Estou aguardando ansioso a coluna condenatória de Monsieur Pipoca, o Diogo, e sua indignada aparição no SporTV, gritando, histérico, pela punição do Inter.
Estou aguardando a dupla manifestação dos Benficas e as lágrimas de Paulo Brito...
E sei que vou aguardar em vão.
Diogo, meu caro, pipocarás?
Está mais que claro que houve um lastimável episódio e que o sentido da mídia gaúcha, desta feita, vai no inverso do que fez no episódio aranha: lá, descontextualizou, exagerou e generalizou. Aqui, no caso Fabrício,minimiza, desvirtua e protege. Erra novamente - e para pior!
E nisso, o nosso intimorato Olivier ganhará um prêmio pelo seu silêncio eloqüente.
Ele não fez como o Baldasso, que embarcou em uma diatribe por vídeo, culpando "a grenalização". Eu sabia que isso aconteceria. Tinha certeza: em bloco, as facções da IVI do Centro, do Morro e da Ipiranga levantaram a bandeira da trégua e cerraram fileiras para protegerem o Convento dos Capinchos. A moral dúbia é impressionante. Eu não assisti o vídeo do Baldasso até o fim. Parei quando ele falou que não poderia condenar ninguém por um vídeo com leitura de lábios e que seria perigoso e irresponsável ficar mostrando imagens de pessoas... epa, mas espera um minuto... não foi isso que foi feito no caso Aranha pela IVI? Então, a Rede Globo (no Globo Esporte), o Globo.com e a Placar são irresponsáveis hoje? Porque esses veículos usaram as imagens que o Sr. Baldasso recusa o uso agora como prova e falaram nos atos de "racismo" do Sport Convento Internacional.
Mas Diogo Pipoca não fez nada disso. Aferrou-se no silêncio (até agora, 11h da sexta-feira, 3 de abril de 2015).
O silêncio não é a negação da palavra. Existem palavras vãs e silêncios eloqüentes. Diogo Olivier é expert nas duas formas, como deixa claro com sua omissão. Se é verdade que ele não tomou a defesa do ignóbil racismo daqueles elementos isolados da torcida colorada, como fizeram seus colegas, tampouco os condenou. Preferiu omitir-se. E, ao omitir-se, pôs por terra sua máscara de paladino da moralidade racial, defensor da qual se arvorou quando foi ao SporTV gritar, histriônico e alterado, pela punição do Grêmio. E não vou repetir o erro dele e dos demais àquela altura, chamando a torcida toda de racista. Cometeram atos de injúria racial (e não de racismo) alguns poucos elementos daquela torcida colorada. E isso é grave. Só que, mais grave e perigosa, é a omissão de jornalistas como Diogo Pipoca.
Terminarei, porém, paradoxalmente, com um elogio a Diogo Pipoca pelo seu silêncio. Com seu envergonhado silêncio, ele sabe que a atitude da torcida do Inter foi errada e vergonhosa. Com o seu silêncio, ele não faz como os demais membros da IVI, puxam a cortina de fumaça da grenalização para apagar a gravidada da injúria racial. Com sua omissão inexplicável  pelo menos, ele não agrava o erro.
Quero-te no SporTV, Diogo! Quero a tua coluna indignada!