Excelente texto de Diogo Pipoca.(ZH de hoje)
Escreve sobre a confusão entre raça e porrada.Faz uma belíssima abordagem sobre os suspiros das viúvas de Felipão contra o time de Roger
Cita uma frase de Eduardo Galeano (sobre o jejum de titulos da seleção uruguaia)
– Tudo começou quando passamos a confundir garra com violência e esquecemos de jogar.
Em seguida, deu um dado surpreendente. Na final de 1950, o Uruguai do Viejo Jefe Obdulio Varela cometeu menos faltas do que a Seleção Brasileira. Raça, alma, suor? Sim. Mas com o cuidado de não confundir com violência. É uma linha tênue que não raro coloca tudo a perder. Lembrei disso acerca de alguns mitos do passado recente do Grêmio. Um deles aparece aqui e ali em torno do time de Roger, que trabalha com muita troca de passes. As viúvas da Era Felipão suspiram. É preciso mais divididas, mais encaradas, quem sabe até algumas faltas a mais. É um erro
Voltou o discurso da porrada.
O Grêmio nunca venceu na "tal porrada".
Raça e indignação não podem ser confundidas com porrada.
Começou a ser espalhado na República do Texas que o Grêmio foi eliminado da Libertadores "porque não deu porrada"..
Grande balela!
O jogo mais violento da Liertadores foi Rosário X Grêmio.Nós estamos ostentando o titulo do time que fez mais faltas numa partida na Libertadores de 2016.Estamos no G-4 dos times "mais batedores" da Libertadores.E o que aconteceu?Levamos 4 buchas.
Nos anos 70 o Grêmio ficou no jejum de 8 anos.O Grêmio privilegiou "a porrada".Os vermelhos armavam grandes times e nós trazíamos jogadores que batiam até no pescoço.Orcina e Chamaco Rodrigues foram os jogadores emblemáticos deste período.
O Grêmio quebrou o ciclo da porrada trazendo Telê Santana.O time de 77 jogava por música.
Telê chegou e disse : " Meu time não vai bater"
Outra frase:"A falta é uma burrice.Devolve a bola para o adversário".
Este time quebrou a hegemonia do Inter de Falcão.Tirou a invencibilidade do Botafogo de 52 jogos no Maracanã aplicando 3 a 0 nos cariocas.E de quebra ganhou 6 grenais seguidos no período 77/78.
O time de Felipão ganhou jogando futebol.Diogo Pipoca faz uma bela abordagem sobre isto.
"Felipão vendeu o peixe de que tinha um time pior do que seus adversários, enfatizando a garra como grande arma. Mas era para motivar seus jogadores. Criar o clima. A equipe de 1995 era um timaço.".
Tudo que aparece no Sala de Babação se espalha.Cacalo Martins pediu Leandro Donizette para o Grêmio.Sem cerimônia disse que o jogador "dá soco e porrada em todo mundo".
Quem faz este discurso não pode chorar a ausência de Bolanos.
O tempo da porrada era o tempo da Telefunken .Não existiam 200 câmeras.
Quem gosta de porrada cultua o cotovelo de Figueroa e cospe no prato de Gamarra.
A diferença é que Gamarra jogaria hoje.E Figueroa teria enormes problemas com os cinegrafistas por causa de seu glorioso cotovelo.