sexta-feira, 24 de março de 2017

EM LUANDA NÃO EXISTE A IVI


Continente Paraíso.

Era 2009. Vivia em Porto Alegre na alegria da mais uma estreia da Libertadores que, naquele ano, teríamos a dupla Mestre Jonas e Maxi Lopes na frente. Mal podia esperar a hora de entrar no velho casarão lotado, numa noite fria, pra apoiar o tricolor. Todavia, todo dia um novo fato era gerado pelas bandas da Azenha. Wanda Nara era mais relevante que o reserva Douglas Costa nas páginas dos jornais. O treinador trabalhador era estampado imponente com suas convicções.
Dias antes da estreia contra o Universidad do Chile o destino quis me levar pra outro lugar diferente do Olímpico: Luanda. Por questões profissionais aceitei o convite, mas antes fui até o depto. consular do Grêmio e me apresentei pra ser Cônsul Tricolor naquela cidade. Para minha alegria, e dos funcionários do departamento, parti pra Angola para trabalhar e para espalhar o Gremismo pela África. Eu e duas malas. Uma delas só com camisas do Grêmio.
Não vou me prolongar muito, pois não tenho o mesmo talento do Guberman para escrever. Então, 2009 não foi de sucesso na Libertadores. No Brasileiro teve o famoso jogo onde os morangos também torceram desesperadamente para o Grêmio diante do Flamengo. Enfim, muitas histórias que, do outro lado do oceano e contemplava. Em 2010 eu voltei. Não poderia ter ano melhor pra retornar, pensei. Foi nele que o inesquecível Mazenbaço aconteceu mesmo depois da forte campanha da imprensa local. O curioso é que depois de todo este drama, nada mudou. A campanha segue. Foi aí que descobri o blog, creio. Foi aí que o resistente RW batizou a IVI. E é neste blog que eu vejo muitos corneteiros expressando o desejo de viver no Congo. Eu concordo. Mesmo que não tenha vivido em Kinshasa, posso afirmar: em Luanda também não tinha IVI.

Corneteiro C.S.A. (de Porto Alegre)