quinta-feira, 4 de outubro de 2018

Observatório das manchetes

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Observatório das manchetes do futebol no Texas-BR, em setembro
Mário Antônio, 02/10/2018
Este é o acompanhamento das capas dos principais jornais impressos publicados no mês de setembro em Porto Alegre, efetuado com base na metodologia apresentada num site de estudos de mídia, (vide detalhamento em ‘A estatística das manchetes da IVI em agosto’, no Blog Corneta do RW).
Foram analisadas, exclusivamente, as capas, porque é patente que seus títulos e chamadas são a parte mais vista pelo público.
Para tentar responder à questão “o texto sob exame expressa alguma posição quanto ao assunto ou aos personagens mencionados? ”, quatro valências são atribuídas para os trechos estudados: positivas/favoráveis; negativas/contrárias; neutras/descritivas e ambivalentes/equilibradas.
As três primeiras são de compreensão relativamente simples, e um exemplo pode ajudar a identificar o último caso, menos familiar ao nosso senso comum: “Grêmio joga mal no Maracanã, mas vence nos acréscimos”, onde se identifica um equilíbrio entre referências negativas e positivas.
Ao final deste post são apresentados os resultados acumulados dos meses de agosto e setembro de 2018.
Os quadros anteriores estão divididos pelas valências das manchetes, por jornal e por clube. Em todos os jornais analisados foram registrados menos chamadas e títulos positivos sobre o Grêmio.


As referências negativas são poucas nos três veículos analisadas e, praticamente, são restritas ao Grêmio.
As menções neutras, por óbvio, não se prestam para comparações, entretanto tem sua importância relativa, já que se somam ao número total de referências a cada um dos clubes.
Por outro lado, os registros ambivalentes aparecem relativamente equilibrados, carecendo de uma segunda abordagem de interpretação para fundamentar comparações. Isto é, numa leitura atenta de textos subsequentes às manchetes podem ser classificadas de acordo com a impressão predominante que provocam, de melhora ou de piora da situação descrita, por exemplo. Um caso presente na memória dos leitores porto-alegrenses é o título, já consagrado por memes na internet, de uma nota assinada Luis Henrique, o Inha, de novembro de 2016: “O lado bom do rebaixamento”, sobre o SCI, naturalmente.
Quando a análise é ampliada para os resultados dos dois meses mais recentes, surgem outros destaques nas comparações entre menções e clubes.
Aparentemente, não são os fatos, como se poderia crer, que geram as manchetes de Grêmio e SCI, mas os clubes propriamente ditos.
Só dessa forma é possível se entender que o número de referências ao Grêmio, que jogou 10 (dez) vezes, por 3 (três) competições diferentes em agosto, seja praticamente equivalente àquelas feitas ao rival citadino, que disputou 6 (seis) partidas pelo Brasileirão. Apenas no Correinho se encontra um número proporcional de chamadas e títulos aos jogos de cada um dos clubes no mês: 61% sobre o Grêmio, que pode ser integralmente considerada compatível com os seus 62,5% de partidas (10 das 16 da dupla). 
Em setembro, o número de jogos se equilibrou – 7 do Grêmio, 6 do SCI – e as menções de capa também.
A ilustração a seguir reúne os levantamentos de agosto e setembro, mostrando as datas por competição e por clube, bem como os percentuais das valências das menções de capa por jornal e por clube.
E a cereja - que outra fruta poderia ser? - do bolo é o cotejo dos resultados acumulados, de todos três jornais, nos meses de agosto e setembro somados, como se pode ver no quadro a seguir:
                      
                     
Da esquerda para a direita se evidencia:
i  igual número de chamadas e títulos, para uma proporção significativamente maior de jogos do Grêmio; 
ii.uma vez e meia mais registros ambivalentes sobre o Grêmio;
iii. cinco vezes mais referências negativas ao Grêmio.
iv.  dobro de menções positivas ao SCI.

A conclusão desta análise não poderia ser outra: a Imprensa Vermelha Isenta, IVI, ¡no ecxiste!