sexta-feira, 17 de março de 2017

A TEMPESTADE PERFEITA (POR RICARDO A)


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A TEMPESTADE PERFEITA
A expressão “tempestade perfeita”, originada do termo em inglês “perfect storm”, é utilizada para referir uma situação na qual todos os inúmeros fatores que podem contribuir para a ocorrência de uma tempestade ocorrem ao mesmo tempo, e em sua força máxima, fazendo com que o evento climático seja o maior e mais devastador possível.
De um modo geral, a expressão é utilizada em seu sentido literal (meteorológico), porém, com o tempo, começou a ser utilizada para designar crises econômicas e políticas, de efeitos arrasadores, entre outras analogias.
Pois parece que está se formando no horizonte uma tempestade perfeita vermelha. Achávamos que o pior (ou o melhor, dependendo do ponto de vista) já havia passado, com o rebaixamento colorado à segunda divisão do Campeonato Brasileiro. Porém, as condições para que tudo piore não param de ocorrer e ganhar corpo.
Podemos classificar as condições para esta tempestade perfeita vermelha em 3 âmbitos: estadual, nacional, e sul-americano.
Quanto aos fatores estaduais, hoje, dia 17/03/2017, o Clube do Povo encontra-se fora da zona de classificação à segunda fase do Gauchão. Pior, faltando 4 rodadas para o fim da primeira fase do torneio, encontra-se 3 pontos (ou 2 posições) acima da zona de rebaixamento.
A próxima rodada indica um confronto direto para entrar no grupo dos classificados, contra o oitavo colocado. O empate não serve. Para entrar no G8, o Inter tem que ganhar, o que só conseguiu uma vez em 7 jogos. Menos mal que o mando de campo é colorado, pois devido à punição pelo jogo das pedradas, a última rodada deve ser fora de Porto Alegre. Não classificar-se à próxima fase do Estadual, onde passam 8 de 12, é uma tempestade de magnitude 9.
Além disso, existe, sim, a possibilidade de um inédito rebaixamento no Charmoso Gauchão. O desdém quanto a esse improvável acontecimento assemelha-se ao de alguns meses atrás, tanto por parte dos vermelhos quanto dos azuis. Ninguém admite a hipótese, até que ela bate na porta...
Tanto a não classificação como o rebaixamento estadual são hipóteses de baixíssima probabilidade, mas que trariam consequências do mais alto grau. Ser rebaixado no Campeonato Gaúcho é uma tempestade de magnitude 10.
No âmbito nacional, a fotografia atual do momento mostra que o “Campeão de Tudo” sofre um processo no STJD e que, se condenado, a pena prevista é de no mínimo 180 dias de suspensão mais multa. A frase-chave aqui é: Tudo pode acontecer! Sem entrar no mérito da causa, ou especular os resultados desse embate, pois isso alongaria demais a discussão, a suspensão nacional é um risco real e concreto.
Senão, vejamos: o adversário Colorado na contenda é uma entidade cujo Presidente não pode deixar o país para não ser preso. E que comanda outra entidade que já mandou 'rejogar jogos jogados'. Convenhamos, mesmo que o inter tenha razão, e mesmo que o seu email apresentado seja verdadeiro e o da CBF seja o alterado, até a ordem das coisas ser restabelecida, o clube já terá sido suspenso e estará jogando a série C. Isso, em 2018! Mesmo acionando a justiça comum, o que poderia causar uma desfiliação da FIFA, o desfecho será demorado.
As consequências seriam desastrosas. Rompimento de contratos, pedidos de indenização e devolução de valores (luvas, adiantamentos, patrocínios, ...), meses sem arrecadação, imagem destruída, e série C em 2018, série B em 2019 e, talvez, série A em 2020. 3 anos longe da série A. Como conseguiram se colocar nessa situação eu não sei, mas levar essa briga adiante não me parece ter sido uma decisão estratégica e política das mais apropriadas. Tempestade de magnitude 100!
Por fim, no aspecto sul-americano, o tradicional rival, que ao final do ano passado levantou sua quinta Copa do Brasil, está disputando mais uma Libertadores com chances reais de título.  A conquista dessa taça pelos azuis seria uma tempestade de magnitude 1. Em outros tempos, por si só, isso já seria o suficiente para provocar estragos no mundo vermelho.
Eu, particularmente, me contentaria somente com essa tempestade de magnitude 1.  Que o resto fique como está. Aliás, se tivesse que apostar dinheiro, não seria em uma tormenta arrasadora. Arriscaria meus cobres em uma garoa, no máximo uma chuva de verão. Mas, por via das dúvidas, vou me preparando para a Tempestade Perfeita!