sexta-feira, 17 de março de 2017

Coluna de Flavio Guberman

A MULHER DE CÉSAR
                 Na semana em que o Rio Grande se viu agitado pelas notícias envolvendo o julgamento do SCI, foi muito eloqüente o silêncio de duas figuras de proa da IVI, Diogo Pipoca, o Olivier, e Wianey Carlet,  sobre a questão do PDF mágico e os e-mails adulterados. Aliás, esse Corneteiro que lhes escreve com tanta alegria enviou um pequeno e-mail aos dois ínclitos jornalistas perguntando duas coisinhas mui simples(no final do post, olhem a ilustração da mensagem): qual a opinião deles sobre o espinhoso assunto e qual seria a punição do inter em caso de condenação. Manifestar-se-ão os intimoratos isentos?  Não sabemos, mas se deve conclamar a toda a massa gremista a enviar-lhes o mesmo questionamento.
                 E  é daí que se vem o título da presente coluna: a seriedade. Dizia o velho adágio romano que “à mulher de César não basta ser honesta, também tem de parecer honesta”. E essa atitude isenta em relação à vermelholândia parece o quê? Ao invés de fatos, eles vêm trazendo versões. Diogo Pipoca trouxe à tona, pela enésima vez, a Arena. Nada, absolutamente nada, de anormal aconteceu. Nada de novo em relação ao tema. No entanto, a IVI necessitava desviar o foco das atenções. O que fez? Repristinou notícia velha. Veio com nova crise na Arena e sua gestão. Expediente velhíssimo nas plagas isentas. Quando não há o que se falar, quando se precisa blindar a coisa colorada quando a coisa começa a ficar feia para os lados do Menino-Deus, inexoravelmente acham alguma coisa a falar (mal) da Arena.
               Monsieur Pipoca foi mais longe: falou do estádio vermelho, do jogo do próximo sábado e da presença de torcedores. Enalteceu as iniciativas da diretoria e anunciou que as torcedoras não pagarão. Nem uma linha sobre a pergunta-chave: por que não lota o Remendado Phipha? Do nosso lado, não temos essa sorte toda. Podemos ter 35 mil pessoas na nossa casa, mas sempre haverá alguém a criticar a freqüência de torcedores.
             Sobre os PDF, no entanto, nem um pio. E também não piou o WCs. Maldade com o jornalista colocá-lo no ar após o almoço no sala de babação. Claro que ele iria para os braços do Morfeu. Não o critiquemos por isso. Critiquemo-lo por outro problema: sua isenção. Falou na semana passada que os morangos seriam vitoriosos qualquer fosse o resultado, em uma coluna quintessencialmente maniqueísta, sofismo incontornável, mas, de sério, nem uma vírgula. E essa semana foi a mesma coisa. Nada. Só que a dúvida permanece: por quê?
            E antes que nos percamos nos meandros das células cinzentas, por mais escassas que sejam, dos dois isentos membros da confraria da Padre Cacique, necessário que se diga que a linha que a IVI adotou em bloco, chamando de represália o procedimento que a CBF instaurou face ao inBer é, sobretudo, ridicula. A CBF começou com a coisa toda em dezembro de 2016, tanto que o Filho do JB correu para fazer uma coluninha com um suposto especialista dizendo que o clube não podia ser punido. Ignorou solenemente a regra, mas distorcer é o pão cotidiano da turma isenta. O inter foi ao TAS-CAS em janeiro de 2017. Mais de trinta dias após a CBF ter instaurado o processo. Resultado, “represália” da CBF por antecipação? Quem seriam os videntes da CBF?
             E, sobre o TAS-CAS, eles começaram a espalhar a história de que seria a salvação da lavoura, que a audiência ali estaria próxima, que o inter permaneceria na A... Abriram colunas ao jurídico do inter para que esses reafirmassem as “notícias” cuja fonte era... o próprio jurídico do inter.  A pura definição de tautologia com umas gotas de teratologia para dar-lhe melhor sabor. Nenhum deles preocupou-se em ir ao site do TAS-CAS. Só isso. Uma providência simples ao cubo. Ora, Srs., não são eles jornalistas? O Wianey , eu perdôo. Afinal, internet não é a seara dele. Ele, aliás, sabe vituperar muito bem contra a “maldita internet’. Então, não deve saber consultar o site. Mas os outros? Se tivessem feito isso, teriam visto que não há qualquer audiência nesse sentido. E só poderá haver na segunda quinzena de maio. Se houver. Logo, para que precisam espalhar essa mentira? Todos nós sabemos a razão.
             E vamos mais longe. Caso fizessem minimamente o seu trabalho, teriam visto que o máximo possível no pedido do TAS-CAS é fazer que se examine a questão novamente nas instâncias brasileiras. E quem o examina? O STJD... Não adianta se iludirem. A imprensa vermelha não quer elucidar a questão, quer defender o inter, fazendo o papel da melhor assessoria de imprensa abaixo do Mampituba. É a arte alvissareira da distorção, característica-mor da IVI.
                   E isso segue, para terminarmos, com a “suspeição” dos auditores do STJD. Há os que fizeram colunas furiosas. Logo que começaram com isso, alguns amigos gremistas vieram sublinhar o que consideravam uma incoerência: não vêem os intrépidos repórteres qualquer problema no fato do presidente da federação gaúcha ser conselheiro do inter, mas estrilaram porque disseram que o auditor do STJD “é próximo à CBF”.  Eu não vejo qualquer incoerência na IVI. É porque é a IVI, sendo que eles só não distorcem  quando não estão respirando. Do contrário, não há que se espantar: vão distorcer. E acham que está tudo bem. Ora, o TJD gaúcho, acaba de punir o inter pelo que aconteceu em Veranópolis. Dois jogos! Em síntese, jogar pedra está liberado, desde que sejam vermelhas. E eu não vi UM jornalista, um único, falar contra essa excrescência.
                      Enfim, meus amigos, a coisa toda resume-se a isso: mais uma semana se passou e, no Rio Grande, segue tudo como dantes no quartel de Abrantes, ao menos para a IVI, que se recusa a ver que a barca está afundando. Depois, não digam que não foram avisados. Só para lembrar, a pena mínima é de 180 dias de suspensão e a perícia já foi concluída. Estamos ansiosos pelos próximos capítulos.
Nos últimos 2 dias, não se fala em outra coisa que não o caso do inter x cbf, menos o e o diogo olivier. Silêncio sobre o PDF. E aí?