Foste o local onde forjei o
meu gremismo, minha alma tricolor, seja sentado nas arquibancadas de cimento,
seja assistindo o jogo de pé, seja carregando meu filho escadaria acima até quase
os seus 6 anos.
Eu presenciei tua ampliação,
módulo a módulo, e estava presente na tua reinauguração, inclusive na fria
noite em que Diego Armando Maradona fez seu único jogo em Porto Alegre. Vi teu
crescimento e teu declínio. Hoje pareces um galo de rinha aposentado, todo
estropiado com as marcas da idade, com cicatrizes de cada batalha que
participou, porém, sem perder a aura de campeão, com a certeza do dever
cumprido, e com seu lugar assegurado na história e no coração de cada gremista.
Estive contigo em finais de
Libertadores, Brasileirões e Copas do Brasil. Nas tristezas e alegrias. Estive
no teu gramado na comemoração do primeiro título brasileiro, em 1981. E na
noite do mundial, em 1983.
E estive presente em teu
último jogo, em fevereiro de 2013, contra o Veranópolis, pelo Gauchão.
No teu campo vi surgir, no
início dos anos 80, um ponteiro direito cabeludo, irreverente, habilidoso e
sanguíneo, lembra? Um tal de Renato. O mesmo que agora aí está, como treinador,
ajudando a devolver o clube à sua grandeza.
Tenho muitas saudades de ti,
mas podes ter a certeza que estiveste muito bem representado nessa nova conquista.
Afinal, a Arena tem muito de ti. Principalmente a alma.
Novamente, obrigado, amigo
Olímpico Monumental.
Tulio Nunes
Poa, 30/11/2017