segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Do leitor



Nesse dia de glória, não podia deixar de te visitar, amigo, e deixar meu agradecimento.
 
Foste o local onde forjei o meu gremismo, minha alma tricolor, seja sentado nas arquibancadas de cimento, seja assistindo o jogo de pé, seja carregando meu filho escadaria acima até quase os seus 6 anos.
                                     
Eu presenciei tua ampliação, módulo a módulo, e estava presente na tua reinauguração, inclusive na fria noite em que Diego Armando Maradona fez seu único jogo em Porto Alegre. Vi teu crescimento e teu declínio. Hoje pareces um galo de rinha aposentado, todo estropiado com as marcas da idade, com cicatrizes de cada batalha que participou, porém, sem perder a aura de campeão, com a certeza do dever cumprido, e com seu lugar assegurado na história e no coração de cada gremista.
Estive contigo em finais de Libertadores, Brasileirões e Copas do Brasil. Nas tristezas e alegrias. Estive no teu gramado na comemoração do primeiro título brasileiro, em 1981. E na noite do mundial, em 1983.
E estive presente em teu último jogo, em fevereiro de 2013, contra o Veranópolis, pelo Gauchão.
No teu campo vi surgir, no início dos anos 80, um ponteiro direito cabeludo, irreverente, habilidoso e sanguíneo, lembra? Um tal de Renato. O mesmo que agora aí está, como treinador, ajudando a devolver o clube à sua grandeza.
Tenho muitas saudades de ti, mas podes ter a certeza que estiveste muito bem representado nessa nova conquista. Afinal, a Arena tem muito de ti. Principalmente a alma.
Novamente, obrigado, amigo Olímpico Monumental.
                                          
Tulio Nunes

Poa, 30/11/2017