sábado, 9 de junho de 2018

Coluna de Flávio Guberman

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A PIOR IMPRENSA DA DÉCADA

Fui surpreendido na manhã de sábado por insistentes telefonemas de um amigo, Conde do Chuí, abespinhadíssimo pelo que lera na edição digital da ZH (agora reunida com a Gaúcha, desde a desesperada reformulação pré-bancarrota que está vindo a passos largos – e uma das razões é o declínio célere de leitores. Por que será?). E o que meu amigo lera? Que no domingo, contra o América, tentaríamos reverter um quadro ruim como mandantes e que seríamos os piores da década.

A agenda negativa vai de vento em popa, portanto. Aquele esquema célebre e parecido. Desde segunda os ataques em bloco não dão trégua. Primeiro,  martelando-se que teríamos um caminho fácil na libertadores e que o quatro vezes campeão da competição continental seria meramente mediano (bobagem da lavra de Pedro Legado, velho de guerra). Diogo Pipoca Olivier, o que gosta da rima, a seu turno, veio com aquela bela frase que o Estudiantes seria o Botafogo da Argentina. Em franca ofensa ao time carioca (queria dar a entender que o Estudiantes era um time decadente, que ganhou muitos títulos no passado, mas hoje em dia, era um mero espectro do que fora), queria inferir uma debilidade do nosso adversário. E, de quebra, alfinetar-nos duplamente, afinal, a coluna dizia que o Botafogo é fraco e, justamente, qual tinha sido a nossa única derrota até quarta-feira? Notem que a insídia é inteligente, concedo-lhes isso. É um elaborado procedimento neurolinguístico, sem qualquer exagero, lançando pequenas sementes de dúvidas que vão se desenvolvendo sozinhas no fértil cérebro preocupado daqueles que, inoculados pelo vírus isento da IVI, não tenham ainda desenvolvido anti-corpos contra eles.

E daí chegou a cerejinha do bolo da semana. “O pior da década”. O Grêmio seria o pior da década no quesito mando de campo.  E essa história de pior da década realmente deitou raízes na IVI da Ipiranga. Era o Real Madrid o pior da década (e vimos o quão acurada era esse análise de Pedro – sempre ele – Legado), agora é o Grêmio o pior da década.  Bem, considerando isso, nós chegando à final do mundial em dezembro, verdadeiramente, teremos o enfrentamento do pior da década da Europa contra o pior das Américas. A IVI já tem a manchete pronta. E se alguém teve o trabalho de ler a coluna do Adriano Carvalho (mais um Carvalho boquirroto e falastrão... ah, pois é...) que nos dizia os piores da década, veria que ele tomou uns números fora de contexto e que, isolados, nada querem dizer porque se inserem no todo da competição. Evidente que nos preocupa alguns pontos que deixamos pelo caminho, todavia a tal coluninha rastaquera tem a nítida intenção de fazer terra arrasada e dar munição àquela acéfala justinaria que se põe a grasnar de maneira histriônica, papagueando das estultices da IVI. Vacinem-se.

  Coincidentemente, esse texto sobre o pior da década saiu no mesmo momento em que veio a público que outro jogador do Convento Vermelho foi à Justiça buscar seus salários não pagos. Dessa vez foi Mario Bolatti. Outro que viera por amor e agora o amor acabou. Já dissemos vários vezes aqui: por amor é mais caro. Na coluna em que falam da cobrança, o Rodrigo Oliveira preocupa-se mais em defender o sci do que apurar o que de fato aconteceu. Toda vez que menciona o Bolatti, é sempre duvidando (teria, seria, alega etc), quando, porém, fala do Clube, aquele, é “fez, pagou, disse, temos certeza”. Em suma, pululam as colunas-blindagem. Li, estarrecido, a Folha-Mor da IVI da Ipiranga estampar “os motivos prosaicos das questões trabalhistas contra o inter”. Ora, Srs., o que eu quero saber é quais são os prosaicos motivos que levam a essa barbaridade à guisa de reportagem, intento de minimizar os problemas colorados, além de mostrar que a ZêAgá não sabe  o que significa “prosaico”. A coisa vai no modo estapafúrdio ligado a ponto de enveredarem por uma “análise” pretensamente psicológica de um caos vergonhoso, querendo travestir de aceitabilidade uma baderna vermelha; mais uma!

    Ao inter, tudo. Ao Grêmio, todas as críticas. Duvidam? Quando o Garnisé Chiliquento seria julgado pelo STJD, sem nem saberem quantos jogos de suspensão, nem mesmo se punição haveria, já tinha lido e ouvido, em diversas rádios e outros veículos, de todas as facções da camarilha IVIsta, vituperações contra os “eventuais excessos” do STJD.  E tome o mote perseguição em bloco empregado por Diogo Pipoca, Mombach, Pedro Legado, Reche e cia. Como assim, eventuais excessos? Excesso só há o de omissão. Sim, omissão quanto aos problemas nas plagas rubras como, por exemplo, a simples pergunta irrespondida: por onde anda o Capitão Chorão? Por que foi à Argentina? Nem um pio, porém... Aí está o nível de isenção acachapante. São tão isentos que urram e esturram. E, como dissemos há semanas atrás, eles ficam bravos se chamados de isentos.
Por isso tudo, amigos, que nós gremistas não lhes podemos dar crédito. A idéia deles é, sempre, causar-nos o maior mal possível, inventando e distorcendo sempre que necessário, de maneira a criar um perpétuo clima de mal-estar, de problemas e dar-nos a impressão de que o Grêmio vitorioso está em crise e é decadente. Já repararam que não vemos NENHUMA análise tática, nenhuma consideração técnica? A imprensa esportiva do Rio Grande do Sul é um amontoado de lugares-comuns, de invenções e de fuxicos alimentados a estipêndios. E é a essa malta despreparada a que querem dar atenção? Não, mil vezes não. Busquem outras fontes. Há centenas de fontes mais confiáveis, de gremistas para gremistas. Pensem nisso.