sábado, 29 de dezembro de 2012

Corneteiros da Redenção agradecem a Zero Hora



Antes tarde ...do que nunca!
A mobilização nos "faces" e blogs azuis foi impressionamente.
Por 72 horas o RS achou que a violência nos estádios se resumia a Geral do Grêmio
Nas redes sociais o assunto da violência da festa de despedida de UH Fabiano foi compartilhado milhares de  vezes.
Os corneteiros agradecem a Zero Hora de domingo.
Estão informando que também existe violência no lado vermelho.
O tumulto da festa de UH Fabiano estava com "teia de aranha" na mídia.
Nos últimos tempos era só Geral...Geral.......
O mundo do Face e dos blogs explorou este assunto antes.
Tirou da gaveta
Está virando rotina.
De qualquer sorte, os nossos agradecimentos para a Zero Hora

30 de dezembro de 2012 | N° 17298AlertaVoltar para a edição de hoje

FUTEBOL

O que explica a violência

Disputa por verbas e poder transformaram parte das torcidas organizadas em grupos prontos para a guerra. Especialistas temem que o Brasil passe por um processo de radicalismo, vivenciado pela Argentina e pelo Leste Europeu.

Cenas recentes como as da briga entre integrantes da Geral do Grêmio na inauguração da Arena ou do tumulto entre a Guarda Popular e a Popular, do Inter, há um ano no Beira-Rio, trouxeram à tona o lado violento das torcidas organizadas.

Formadas pela paixão de torcedores por seus times, grandes torcidas envolvem bem mais do que apenas a festa nas arquibancadas: a disputa por verbas, respeito e proteção em partidas fora de casa são ingredientes explosivos para os conflitos.

Tanto quanto rixas pessoais e rivalidades entre os clubes, o dinheiro movimentado quando as organizações tomam corpo é também motor para os tumultos. Ansiosos por apoio em jogos fora de casa, os clubes fornecem ingressos e ônibus para torcedores acompanharem os times – benefícios que se tornam uma disputada fonte de renda. Em dezembro de 2011, logo após protagonizar um tumulto no jogo de despedida de Fabiano Souza no Beira-Rio, o então líder da Guarda Popular, Hierro, avaliou em R$ 25 mil o movimento mensal:
– É até pouco para o nosso tamanho.

Nos estádios, isso se traduz em tensão permanente entre rivais e até facções de uma mesma torcida. É quando, como comprovado nas imagens da briga na Arena, o jogo e o time ficam em segundo plano. Para o tenente-coronel Kleber Rodrigues Goulart, comandante do Batalhão de Operações Especiais (BOE), a situação entre as torcidas coloradas ficou mais calma após os tumultos do ano passado devido à redução dos benefícios feita pelo Inter – caminho anunciado, agora, pela direção gremista. Para o comandante, se os clubes e torcedores não rejeitarem as práticas violentas das organizadas, o Brasil poderá começar a ver situações como as vividas na Argentina e na Europa:

– Estamos num processo de hooliganismo. Continuando assim, chegaremos ao ponto do Leste Europeu, em que as torcidas são tão poderosas que decidem contratações dos clubes.

Em todo o país, polícias e Ministério Público têm nas organizadas e suas facções uma fonte permanente de dores de cabeça. Apenas em 2012, o MP pediu a suspensão ou extinção de torcidas de Corinthians, Palmeiras e Guarani (São Paulo), Flamengo e Vasco (Rio). Integrante da Comissão Nacional de Prevenção e Combate à Violência em Estádios, o promotor do MP do Rio Pedro Rubim diz que o ciclo de violência se reproduz com rixas que não cicatrizam. Neste ano, por exemplo, após a morte de um flamenguista por torcedores do Vasco, integrantes da Torcida Jovem do Flamengo teriam planejado o revide, que resultou na morte de um vascaíno. E a violência acaba aumentando o cacife das torcidas junto aos clubes, diz o promotor.

– A ideia de que são violentos e irracionais faz com que o dirigente dê apoio, ingressos, patrocínio – explica Rubim, que determinou o fim dos benefícios às torcidas suspensas.

Ao lado, os fatores que fazem das brigas de torcidas mais do que simples arruaça juvenil