“Minha única vitória foi a tirar as máscaras dos colorados disfarçados! ”
Um tributo a Paulo Santana, por Lenio Luiz Streck
Há uma coluna escrita em 1976 por Paulo Santana em que ele desmonta o esquema da IVI de então (final do post). Dizia ele que os “isentos de então” vestiam a camisa colorada por baixo da roupa. Denunciou conspirações da IVI de então contra o Grêmio. Denunciou como se reuniam e o modo como afiavam seu discurso no dia do jogo. Sabem os gremistas de hoje o que mais confortava os gremistas de então? É que, no dia seguinte ao jogo do Grêmio, vinha Santana para nos lavar a alma. Sim, nós tínhamos Santana.
Perdíamos e jogávamos mal? Santana colocava o dedo na ferida. Perdíamos por roubo de arbitragem? Santana enlouquecia. A IVI de então fazia campanha de condicionamento de arbitragem (que quase sempre dava certo)? Lá vinha Santana para falar por nós.
Hoje temos vários gremistas que não têm coragem de assumir o gremismo que Santana ostentava com orgulho. Mesmo os gremistas da crônica esportiva que assumem que são gremistas, na hora H se rendem à IVI. Temem a IVI. Querem ficar “de bem” com a IVI. Querem fazer omeletes...mas não querem quebrar os ovos. Paulo Santana os quebrava.
Claro: nos tempos de Santana a coisa funcionava de outro modo. Era ainda muito mais difícil enfrentar a IVI e o IVISMO (ideologia da IVI). Não havia redes sociais como hoje. Isso colocava os holofotes em apenas um veículo no qual ele trabalhava e berrava contra as conspirações da IVI de então. A IVI de então reinava solta. Hoje...Bem, hoje temos este Blog de Resistência! E somos todos Paulo Santana.
Por isso, gostaria que os gremistas da crônica se mirassem em Paulo Santana. Que tivessem a coragem de dizer “Fulano, você é burro”; “Beltrano, vá estudar”, “Sicrano, deixa de ser mau caráter”. Ou dizer: Só um tolo não conseguiu ver que o árbitro errou. Olhando no olho do tolo.
Gremistas abduzidos pela ideologia da IVI deveriam se mirar na coragem de Santana. E que nas segundas-feiras (dias pós-jogo) tenhamos alguém que, com veículo na mão, dissesse aquilo que milhões de gremistas diriam, se tivessem o espaço. Por favor, gremistas da crônica: honrem a “cátedra desportiva Paulo Santana” – ela está em todos as rádios, jornais e emissoras de TV. Quem, de algum modo a ocupar, não se faça de abduzido e tampouco de isento. Que, de isentos, estamos cheios.
Paulo Santana em 1976 (Zero Hora)
Paulo Santana em 1976 (Zero Hora)