A ETERNA CRISE
(Parte II)
Conforme já disséramos ontem, na primeira parte da coluna ( a dessa semana está dividida em duas partes), as crises sucedem-se, naquela seqüência isenta que tanto conhecemos bem. Há, porém, uma crise que dura já praticamente um lustro. Sim, porque ela começou precisamente em dezembro de 2012, quando, altaneiro, Diogo Olivier Pipoca, o que gosta da rima, ganhou sua alcunha que ele defende com ímpar galhardia: Pipoca! Àquela altura, recém-inaugurada, a Arena apresentava-se como uma grande novidade no Brasil (em toda América Latina, na verdade), um estádio moderno, confortável, de primeira linha, com padrão superior e que não recebeu um tostão de dinheiro público. Evidentemente que isso não foi objeto de qualquer linha por parte da IVI, mas acima do Mampituba, houve jornalistas cariocas e paulistas que sublinharam o fato. O Remendão invasor de avenida, ao contrário, sorvedouro de verbas que deveriam ser aplicada alhures, sempre recebeu uma grande carga de isenta admiração que poderíamos classificar, simplesmente, de “pecunia publica regavit, morum corruptio adaquabantur pura odoratus”(confessamos que adoramos esculhambá-los em latim). Pois bem, a única coisa que Pipoca conseguiu assacar à guisa de comentário detrator foi... o preço do pacotinho de pipocas.
Foi, porém, a primeira de muitas críticas alimentícias, por mais surreal que a coisa possa parecer. Seguiu-se Nando Gloss, o da inversão do losango, que decretou a crise do cafezinho. Houve a crise do pacotinho de doritos, creio que pelo Arceboy, o filho que apanha da torcida em aeroporto e que fez tuítes, enquanto cobria um jogo do Grêmio, reclamando que nas televisões internas da Arena não se estava exibindo o jogo do inBer contra o Criciúma... E a última foi a crise do cachorro-quente, por Zini GluGlu Pires. No jogo da Seleção Brasileira, que Zini foi cobrir pela Folha IVI da Ipiranga, o Paladino de Ibirama resolveu espernear contra o preço do cachorro-quente e da coca-cola nas dependências da Arena, entre outras críticas às quais voltaremos. Concentremo-nos no padrão das reclamações, todavia. O que tanto os exaspera na Arena que, subitamente, resolveram incorporar o espírito de fiscais do PROCON-IVI? Estranho ao extremo, para dizermos o mínimo, essa inquietação pelo bolso do torcedor mas, ao mesmo tempo, são os jornalistas que, impreterivelmente, criaram ou quiseram causar todo tipo de obstáculo às obras no entorno e que auxiliariam o pessoal do Humaitá, até então tão carentes de atenção das autoridades. Ora, a melhor coisa que lhes poderia acontecer foi a construção da Arena naquela região, mas não para a IVI, que sempre deixou transparecer sua mágoa e seu despeito, chegando-se às raias do desrespeito puro e simples (acaso alguém esquecerá das declarações de Wianey Carlet chamando de favela e desmerecendo os habitantes da região?).
Assim, fica claro que essas “crises” sem qualquer importância são apenas a expressão do mau-caratismo atávico que assombra os espíritos de alguns grandes próceres da imprensa vermelha isenta. Querem tão-somente criar um fato negativo, uma notícia de má ressonância, martelando contra a realização de um clube amado pelos seus torcedores e odiado pela imprensa do estado. Prova maior ainda quererá alguém? Pois bem, ei-la: alguém viu algum jornalista reclamar dos preços praticados no Beira-Rio? São todos maiores. Durante a copa do Mundo, então! Ninguém, porém, reclamou. Muito menos Zini ou Diogo Olivier,
E a pauta recorrente da Arena é algo assustador. O Diogo Pipoca mesmo, ainda no quesito apropriação de função, arvorou-se ainda na função de fiscal de trânsito: reclamou dos acessos e das saídas da Arena, reclamando que é de difícil acesso e que viu gente saindo do jogo aos 35 minutos do segundo tempo... E tome críticas ao Grêmio. E olha que o clube já se exasperou imensamente com as autoridades municipais em busca de cooperação. Só encontrou, até hoje, portas fechadas. Zini Glu-Glu Pires, por sua vez, trouxe de volta a cantilena do estádio frio”, outra historieta que é de especial predileção aos isentos. Desafiamos qualquer um que foi à Arena e que tenha um átimo de boa-fé a dizer que é um estádio “sem alma”, como disse o Cavanhaque Tingido. A seleção brasileira estava jogando, não o Grêmio. O tipo de torcedor não é exatamente o mesmo. O tipo de jornalista isento, porém, o é. E já sabemos de antemão quais serão suas invariáveis conclusões.
Ora, por que estamos insistindo em um assunto que, em tese, tem tão pouca relevância? Porque queremos sublinhar aquele modus operandi que já denunciamos muitas vezes e que funciona das miudezas às grandes questões como, por exemplo, o Luan ou o Miller.
Vimos, nas semanas que passaram, uma campanha abjeta de vários jornalistas contra o Miller, por exemplo. Já falamos sobre isso. Outro tipo de campanha, igualmente sórdida, teve como alvo o Luan e a “novela” de sua venda. Diogo Olivier,criou a coluna-ameaça, no dia seguinte à eliminação da Copa do Brasil, com o título “Quando a janela fechar, o caso luan vira papo reto”. Nesse puro obscurantismo isento, a Pipoca Vermelha teceu teses interessantes sobre a crise que se abateria sobre o Grêmio por causa da venda “perdida”. Fez eco ao Pedro Legado que, nas semanas que passaram, chegou a prever uma “geladeira”ao jogador. Pois bem, o tempo passou e não havia dia que não vendessem o Luan para o Sampdoria, Chelsea, Spartak e Porto. Luan não saiu. Renovará com o Grêmio. E ninguém da Imprensa Isenta previu isso ou meramente o cogitou. Igualmente, para verem o nível da isenção e do despreparo, NENHUM jornalista do Rio Grande aventou a hipótese da saída de Pedro Rocha para o futebol russo, para o mesmo Spartak que eles aventaram ser o destino de Luan. E qual a razão?
Queremos aqui lembrar a todos uma coisa. Em 10 de agosto de 2017, escrevemos um tuíte em que dizíamos que o Luan não sairia, mas, sim, renovaria. Dissemos mais, que o Spartak não tinha interesse no Luan. E por que prevemos corretamente enquanto os “profissionais”da IVI deram com a cara no muro? Porque fizemos aquilo que eles não fazem, pesquisamos. Quando surgiram os boatos, fui à imprensa russa e li nos jornais de lá que o Spartak procurava um meia e um lateral. Logo... Custava que tivessem feito o mesmo? Claro que custava, porque eles não ganham para dizerem a verdade; ganham para distorcer, manipular e assessorar um espectro rubro hoje na b.
Nunca é demais, para encerrarmos essas linhas da semana, rememorarmos que a história da Imprensa esportiva gaúcha nunca foi traçada com as tintas do estudo, da pesquisa e da boa-fé, mas, ao contrário, com o carvão da fealdade, do escárnio, do deboche, dos silogismos e da teratologia. Por isso, renovamos nosso grito de sempre à resistência e que reflitam os poucos gremistas que ainda crêem nas patranhas que eles inventam.