sexta-feira, 14 de abril de 2017

A COLUNA DO GUBERMAN

A SEMANA MÁGICA DA IVI E O CONSELHEIRO JUSTINO 

                     A semana mágica da IVI começou terça-feira. No dia em que ganhamos do Iquique na Arena, em um espetáculo de gala no primeiro tempo e um segundo tempo irregular (para dizer o mínimo), a IVI apressou-se demais. Leonardo Papoula, provando, uma vez mais, que consome sementinhas vencidas e balinhas do capeta apodrecidas, antes do final do jogo e quando o mesmo estava 3x2 para nós, mandou ao ar uma coluna em que falava de “nana-neném” e de derrota, o que aprenderíamos com ela. Detalhezinho quase desimportante: o Grêmio, como todos sabem, ganhou a partida. Nunca esteve atrás um só momento... Não estou aqui para falar do apagão momentâneo do time que permitiu os dois golos do Iquique ou para opinar sobre esquema tático ou, ainda, para falar sobre as substituições; estou aqui para apontar as excrescências  que os “jornalistas” isentos trazem à lume como se fossem matérias. Findo o jogo, imediatamente, outras coluninhas  vieram secundar a do Papoula Oliveira. Nenhuma falou da liderança no grupo, nenhuma traçou uma análise tática do jogo ou apontou os pontos positivos do excelente primeiro tempo. Todas eram, em coro, um amontoado de lamentações por não ter o Iquique conseguido virar o jogo, chegando um deles, Zini Tottenham Pires, a dizer, textualmente: “Iquique não conseguiu virar, mas se tivesse virado,teria sido uma derrota(...)”. Sério? E essa turma ainda é paga para essas sandices? Não houve uma só menção à vitória. Houve cornetas a jogadores, às substituições, a se ter permitido o Iquique marcar... Em suma, a vitória que não houve. A imprensa vermelha isenta conseguiu apagar do noticiário o que houve em campo. 

                        No dia seguinte, quarta-feira, houve o jogo dos elementos da Padre Cacique. Ah, mas aí foi tudo diferente. O empate transformou-se em vitória. Literalmente. No jornal da RBS, o narrador falou em “após as vitórias”, as colunas, sem exceção, exaltavam “os notórios avanços”, “o resultado que dá esperança”, “o time na mão”, “o estilo europeu” e toda a cartilha vermelha... nenhuma menção sobre o fato do empate em casa contra o mistão quente do Corinthians ter nascido de um escanteio que não houve. Em suma, outra vitória que não houve. No dia seguinte, no Sala dos Dinossauros, ouviu-se toda aquela boçalidade típica da República: desde o “jogar por uma bola” e “com o regulamento” ao “golo de cabeça”. A imprensa isenta conseguiu transformar o empate preocupante em  uma vitória coruscante...
                           A diferença de tratamento é notória. Querem mais? Claro que há. Antes do jogo, houve a tal celebração típica ali no entorno do Remendão, as tais “arruelas ardentes”. Quarta-feira, a coisa degenerou à porta do Convento. Os monges e santos que compõem as organizadas coloradas foram dispersos pela Brigada Militar. Enquanto se cantava “ó o gás”, eram vermelhos correndo para todo lado e o ônibus do clube do povo entrou por um acesso secundário, usou a saída B. Isso não impediu, em  um tuíte mentiroso, que um repórter da IVI do Morro dissesse que o ônibus fora recebido com festa. Voltemos, todavia, à Brigada. Não sei se os brigadianos agiram com excesso ou não. Simplesmente não dá para saber porque a ZH e o CP, imediatamente, começaram uma campanha virulenta anti-BM. Ah, sim! Foram unânimes em dizer que os anjinhos estavam ali, cantando hinos de louvor e, do nada, os malvados brigadianos, não suportando, partiram para agressão. Foram colunas e colunas mostrando os pobres coitados. Chegaram ao cúmulo de entrevistar, no papel de vítima,  um dos notórios líderes de uma das mais violentas torcidas do estado. Foram mais longe: um vice do sci mandou ofício ao comando da corporação. E foi celebrado como um paladino da justiça.
                        No lado Azul, a coisa é diferente. A mesma imprensa que já fotografou um pedregulho no meio-fio, louvou a brigada por ter feito a mesma coisa antes do Gre-nal no entorno da Arena, sendo que as imagens mostravam um brigadiano jogando spray sobre torcedores que meramente ironizavam a passagem do ônibus do adversário. Quando um dirigente gremista criticou a virulência da BM, foi alvo de um legado de admoestações salmônicas, de ironias isentas, insinuando que o Grêmio queria influenciar o comandante da Brigada...
                        Expliquem-me, então, Srs. Justinos que insistem na não existência da IVI, esses focos tão distintos... Ah, sim, é normalíssimo os jornalistas isentos resolverem pegar no pé do colega deles da Fox Sport que, na noite de terça-feira, narrou o jogo do Grêmio com uma empolgação e energia que deixou os gremistas espantados. Afinal, estamos acostumados com as secações de Saraiva Sable Pissée, Pedro Legado, Justo Guerra, Batista Desmaiada etc. Ou seja, eles resolveram criticar um colega jornalista brasileiro que, em uma partida internacional entre um brasileiro e um estrangeiro, vibrava com a boa apresentação do time brasileiro... Logo eles... e sabem por quê? Porque ao se ouvir uma narração como a de Marcos de Varg as, imediatamente a contrapomos àquela angustiante secação em clima de velório que os isentos vermelhos chamam de narrativa. Houve mais! Indignaram-se com outro narrador que mandou “colocar no DVD” o gol corintiano. Vitupérios os mais variados voaram pela província. O choro alagou as ruas de Porto Alegre. Só que quando Pedro Legado Mortadela Salmão Ernesto, disse que “rasgava e sapateava sobre a camisa do São Paulo”, não houve qualquer “opa, espera lá”, foi celebrada como uma tirada de gênio e uma corneta sadia. É pura hipocrisia, meus amigos.
                    Já tive oportunidade de dizer em outras colunas. A hipocrisia é a homenagem que o vício presta à virtude. E a IVI é quintessencialmente hipócrita. Quando o time vermelho caiu, a última partida foi no Rio de Janeiro diante do Fluminense. Em solo carioca, um colorado foi, no metrô, submetido a uma torrente de impropérios por parte de um desmiolado torcedor que confundiu a corneta com ofensa (e não vou entrar no mérito da discussão), a imprensa gaúcha, em peso, fez do limão uma limonada, e nasceu aí a narrativa do coloradocoitadismo. Foram colunas e colunas, os telejornais usaram e abusaram das imagens. As mesmas redes sociais que mostraram a “agressão” ao colorado, mostraram, na madrugada de quarta para quinta-feira, um ônibus de corintianos detido em uma avenida de Porto Alegre, os homens deitados ao chão com as mãos às costas (não sabemos a razão da detenção) e as mulheres descendo do veículo sob as vaias, apupos e xingamentos pesadíssimos de colorados, que as ofendiam com violência. Não vi UM jornalista gaúcho comentar o fato, muito menos denunciá-lo.  Houve crime de injúria, entre outros, por partes dos colorados, mas não nada foi dito ou escrito no RS. E isso que aconteceu com as corintianas, já aconteceu com gremistas em Gre-nais no Bergamota Remendada, em que se montou um brete, um corredor estreito para passagem dos gremistas, com direito a chuva de pedras e impropérios. O silêncio da IVI sobre isso foi ensurdecedor.
                        E é por isso, Srs. Leitores, que a semana da IVI foi mágica: transformaram resultados, deturparam acontecimentos e tentaram diminuir vitórias. Todavia, essa semana haverá mais. Muito mais. A começar pelo final de semana, as semi-finais do ruralito, quando e onde poderemos esperar muitos erros humanos dos árbitros.
                        E o que tem o conselheiro Justino com isso? Ah, sim, Srs., porque há, no mínimo, um conselheiro Justino no Conselho Deliberativo do Grêmio. Como? Não sabemos, mas há. Esse conselheiro, disseram-me, parece que foi, em alguma era passada, membro da imprensa. Quiçá tenha sido daquela laia de azuis fascinados pelo vermelho, mas, hoje, o esprit  de corps fala mais alto e seu coração se abespinha quando se denunciam os jornalistas, seus coleguinhas, e sua parcialidade leviana. Então, esse Justino elevado à dignidade de Conselheiro do nosso Grêmio gasta seu tempo no twitter a criticar, mas sem ter a coragem de nomear (por isso que lhe dou o mesmo tratamento), os que combatem e denunciam a IVI. Passa o tempo a tentar desqualificar aqueles que, como o RW e eu, meramente mostramos o que há de errado com a imprensa esportiva gaúcha. Esse – e outros justinos – ficam exasperados quando são confrontados com a verdade: agem como quinta-coluna! Vivem em perpétua negação. Esse conselheiro em particular é mais afeito em cornetear o Grêmio e suas instituições, independente da filiação política das diretorias, já que apenas cumpre agenda em que pensa apenas em si e nos seus interesses político-corporativos! Provavelmente anseia reencontrar um lugar dentro de um dos veículos da IVI,
                        Esse Justino-Conselheiro passa seu tempo criticando do foguete ao alfinete, de contratações à gestão. Com esse tipo de azul, para que o vermelho? Pensem nisso. E reflitam mais: quando Pedro Ernesto e Cia. dizem, no Parque dos Dinossauros, que “têm gente dentro do Conselho do Grêmio”, a quem se referirão? Não que esse Justino em particular seja a origem dos vazamentos, mas é alguém da mesma cepa que o faz. Causa enorme preocupação pensar na possibilidade de ver, um dia,  um Justino dessa natureza a guiar os destinos do Conselho ou do clube.