NADA DE NOVO NO FRONT (FLAVIO GUBERMAN)
Após uns dias de férias, eis que retorno à liça contra a IVI, cuja agenda positiva vermelha não diminuiu uma vírgula nessas duas semanas. O Rio Grande viu-se em frisson com a continuação da Copa do Brasil, o início do Campeonato Brasileiro e as notícias alvissareiras que sopraram da Rua da Ajuda, no Centro do Rio de Janeiro.
Vou aqui paleteando o teclado, quase sem saber, ao certo, por onde começar. E eis que me decidi iniciar o entrevero com a Copa do Brasil, já que as bem-aventuranças tricolor foram objeto de desdém por parte da caterva ivista, com a qual aprendemos que a vitória do Palmeiras em São Paulo sobre o time da B era boa, segundo Malfica das Ovelhinhas, já que, para a segunda partida, no Remendão Phipha, “o time viria mais focado”, seja lá o que se quis dizer. Não me espantei uma vírgula com esse despautério, de vez que tais declarações são uma constante no Novo Dicionário IVI e sua novilíngua vermelha; afinal, como bem nosso Mestre RW sempre nos diz, eles não perdem nunca. O Grêmio, cuja vitória maiúscula em face do Fluminense, por 3x1, foi objeto de rasgados elogios pela imprensa brasileira acima do Mampituba e mundial (esse cronista, que andava lá pelas terras de Tio Putin, viu, na Eurosport, uma resenha do jogo em que o jornalista estava fascinado pela equipe Imortal. Igualmente, em uma emissão esportiva do canal 2 russo, elogios ao time “que projetou Mario Fernandes”). Em terras gauchescas, todavia, Diori Piuí, Diogo Pipoca, Wianey Soneca e Pedro Legado foram unânimes em detonar a equipe e o esquema adotado, sendo que o último lançou o igualmente previsível “placar enganador” e que o Fluminense era “perigoso”. Em suma, nada de novo no Front.
E chegou a data do jogo de volta, no mesmo dia, para ambas as equipes. A equipe que está na Série A e na Libertadores, o Lado Bom da Força, jogaria às 19h30, no Rio de Janeiro. A turma da B (e a caminho da C), jogaria em casa, às 22h. No Parque dos Dinossauros daquela tarde, parecia que apenas uma das equipes jogaria na quarta-feira. Adivinhem qual? Entre elogios rasgados ao time vermelho e ao novo treinador europeu (lembrem que o europeu Zago havia sido defenestrado no sábado à noite, após ter sido moído pelo Papão, em Belém), Guto, e frases de minimização aos perigos da punição que virá do STJD (ali adiante falaremos disso), todos foram unânimes em dar como certa a classificação do time do coração. O Grêmio? Teria uma parada árdua no Rio de Janeiro, até aí tudo bem. Só que os próceres jornalistas, com Legado Mortadela à frente, foram incisivos sobre a excelência de Abel Braga e sua trupe, prevendo a catástrofe em plagas cariocas. O filme que assistimos à noite foi outro, completamente diferente, mas pouco importa, porque todos só focaram em desconstruir a vitória gremista, focando na vitória “com polêmica”, ao passo que a desclassificação do Binter foi “de pé”. Aliás, nem desclassificação admitiram, já que Justo Guerra, na certa acuado pela história dos e-mails, falou que o inter “sofreu uma não passagem de fase”! Haja Bardhal!
Compreensíveis tais declarações, eis que o Sala de Babação é uma impostura de Dinossauros Vermelhos que passaram a quinta-feira doídos e sem poder sentar. Ora, Srs., nunca é demais lembrar que, quando o Fluminense foi anunciado como o adversário do Grêmio nesta fase da Copa do Brasil, Wianey Soneca Carlet começou a cantar, ao vivo, o hino do Fluminense, no que foi acompanhado por um entusiasmado Pedro Ernesto. Essas coisas, meus caros, a torcida não esquece. Como não esquece que, logo na manhã de quinta-feira, o Sr. Legado, em uma intervenção surreal, condenava a “expulsão injusta” aos quatro minutos, dizendo que nem falta houvera! Sobre os dois penais cometidos pelo zagueiro do Fluminense, nem um pio! O Grêmio dera o segundo baile no time carioca e a única preocupação do colorado Denardin era falar de um lance em que os jornais cariocas foram unânimes em reconhecer que falta dura houve. Durma-se com um barulho desses. E há os justinos que não reconhecem haver uma imprensa distorcida no RS, inadmitem que a chamada crônica esportiva gaúcha é viciada. Querem mais um exemplo? Na quinta-feira, André Rizek, na bancada do SporTV, rasgava elogios ao Grêmio, disse que não via equipe, nas Américas, que pudesse rivalizar com nossa esquadra, no que foi acompanhado pelos companheiros de bancada. Ao fundo, via-se a imagem de Diogo Pipoca, que gosta da rima, visivelmente com cara de tacho, enfurecido com os elogios e, quando tomou a palavra, tentou rebater e minimizar, no que foi rechaçado pelos jornalistas cariocas e paulistas presentes. E virás ainda algum Justino querer dizer que não existe IVI.
Aliás, cabe aqui uma rápida digressão, antes de voltar ao cerne da crônica, sobre o emprego do termo Justino. Como um dos difusores e propagadores do termo, no twitter e no facebook, sinto-me no direito de por os pingos nos i. Não criei o termo, mas o adotei, eis que brilhante. Justino, Srs., não é qualquer pessoa que discorde de sua opinião. Justino é aquele torcedor que sorve com gosto o fel emanado da IVI, que nega existir maniqueísmo na imprensa, que dá razão às parlapatices eructadas pelos sacripantas da ZH e da Gaúcha, por exemplo, que retuítam as excrescências de ArceBoy Filho e Peppa Pig Lacerda. É aquele torcedor sem discernimento que começa, invariavelmente, suas assertivas com “sou gremista, mas...” e pontuam o discurso com alguma bobagem que extraiu das águas envenenadas do poço vermelho... Justino é aquele que alimenta a IVI (e, já disse e denunciei um conselheiro Justino no Grêmio que vaza informações internas para as redações inimigas. Apontei-o e nomeei-o em uma coluna há algum tempo. Ele segue agindo da mesma forma). Justino é aquela criatura abobada que fica “com pena” dos colorados, chama-os de coitados (coitado é filhote de rato que nasce pelado, meu caro) e pede moderação na corneta porque eles estão na B (e, em breve, estarão na C). Este é o Justino. Não deteriorem o termo, não deixem a expressão descaracterizar-se.
Voltando um pouco no tempo, quero aqui comentar a última rodada do Brasileirão em suas duas séries, A e B, e a queda de . Zago deixou de ser unanimidade, e a opção do momento passou a ser Guto Ferreira. Não vou aqui repetir o que todos já sabemos, mas quando começaram a falar no “novo treinador”, lembrei-me de todas as novelas dos últimos tempos sobre contratação de treinadores do Lamaçal. Nem precisam escrever novas matérias, basta que recuperem as que escreveram preteritamente e troquem os nomes. Sempre dizem o mesmo! Foi assim com o rubicundo treinador que veio do Bahia. Esta novela patética do treinador “preferido” é reprise. Aguirre foi a 7ª opção. Argel, a 5ª. E por aí vai. Imediatamente começaram as matérias dizendo a mesma coisa. Eu até sugeri um bingo “treinador para o sci”. A gente vai marcando a cartela ao ouvir um dos elogios seguintes: europeu, agregador, moderno, bom de grupo, preferido, nova geração, controla o vestiário... O que nenhum dos jornais gaúchos diz é que Guto é mais um treinador na folha vermelha. Hoje, o sci paga o Juarez Roth, o Falcão, Argel Trator, Lisca Doido e a Zago, noves fora as dívidas não pagas com Clemer e Forsatti. São muito sortudos. Nenhum jornalista indaga essa situação. Bohlke preferiu tuítar dizendo que Guto é o treinador mais gordo que já passou pelo colorado (que relevância), mas a nota divertida na noite foi a contenda via Twitter entre ArceBoy Apanha da Torcida Filho e Faróide Ubner Walking Dead. Este tuitou dizendo que o tempo fechara no vestiário vermelho após o Paysandu ter-lhes vencido. O Filho do JB disse ser mentira. E Irrelevante Germano disse que sua fonte era de dentro do vestiário. A fonte que partiu! A IVI rachada novamente.
Eles perderam, em 12º na série B, Monsieur Pipoca saiu-se com a pérola do domingo: “inter rende mais em ambientes de série A”. Verdade, meu amigo, tanto rende que caiu ano passado. O insuperável Diogo Pipoca, que, como eu vivo dizendo, gosta da rima, assegurando sua titularidade na IVI. Ele, com esse, juntava-se a Maurício Sable Pissée Saraiva e sua “derrota-estratégia”. Para disfarçar o fiasco de seu time na B, jornaleiros da ZH, Gaúcha e CP quiseram, no domingo e segunda, plantar crise no Grêmio, em decorrência da partida em Recife em que o Grêmio perdeu para o Sport. Eu até discordo da estratégia do Renato em ter enviado um time reserva do reserva para a partida em Pernambuco, acho que poderíamos ter abiscoitado os três pontos em disputa domingo, mas se lêssemos as colunas na segunda-feira, pensaríamos que o Grêmio estava sepultado, tal foi o clima de terra arrasada que tentaram enfiar goela abaixo nos leitores. E houve quem espalhasse essa sandice. A verdade em campo, porém, é outra, tanto em relação ao Grêmio quanto em relação ao InBer cujo fantasma mudou de letra para C e nem precisamos esperar que sejam para lá conduzidos em decorrência do julgamento no STJD, acho até que eles produzirão tal façanha em campo mesmo.
E para finalizar, meus amigos, quero-lhes deixar aqui algumas linhas sobre a denúncia no STJD. Como esta coluna escreveu algumas vezes nos últimos meses, o relatório seria algo inédito no que diz respeito a seu conteúdo e severidade. Imediatamente, a IVI tentou desmerecer e amenizá-lo, chegando, mesmo, a dizer que o procurador Felipe Bevilácqua teria descartado a chance de pedir expulsão do Inter como punição. Possivelmente, tal matéria foi editado pelo mesmo PDF que editou os e-mails do Dono da Cadela Preta, já que o STJD emitiu nota oficial desmentindo a matéria da ZH que refugou o quanto pôde mas teve de se retratar. Ora, Srs, esse filme do “Não Vai Dar Nada Para O Clube No STJD” que está em exibição na IVI é dos mesmos produtores de “Time Grande não Cai”, “Série A com 22 clubes”, e “Tudo Mudará no TAS”. Nós assistimos a eles e vimos os finais. Pois então... A verdade, Sras. e Srs., é que a imprensa gaúcha está tratando o tema de forma leviana e covarde. Falavam em moralização no recurso ao TAS, mas eis conceito, para eles, elástico, já que não é imoral, na ótica rubra deles, usar elementos falsificados! Ora, quando foram à Suíça jogar balinhas de mel à porta do Château de Béthusy, já se havia dito e alertado para a falsidade dos e-mails, mas o inter insistiu na estratégia. Assumiu o risco, para dizer o mínimo. E não pode, agora, querer imputar isso a fato de terceiro, vez que sabia o que estava fazendo. A IVI comprou-lhes o barulho e abre seus microfones para o advogado ficar gritando sobre o caso (o desespero é grande, Srs, porque isso também originará uma ação criminal e um procedimento deontológico junto à OAB). Curioso é que nunca foram ouvir sobre isso um jornalista experiente e justo que é amigo de um advogado baiano e dono da Preta, simpática cadelinha. A punição poderá acontecer ou não, dependerá do desenrolar do processo. O risco é grande e esta coluna ousa dizer (e já acertamos umas quantas vezes nos últimos meses) que ela virá. A C é um risco iminente para o eminente clube derrotado pelo Mazembe e pelo Celupa. E se para a C for, Srs., cobrarei do meu querido amigo e irmão, homem da fronteira como eu, Carlos Thomaz Albornoz, Marquês de Santana do Livramento, sua promessa de uma carraspana homérica, de cinco dias de duração. Estaremos juntos nessa!