segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

Obrigado, Gringos! (Joabel Pereira)

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OBRIGADO, GRINGOS !

Na semana em que Flamengo e Liverpool devem decidir o campeonato mundial de clubes, penso que hora de agradecer aos gringos. E por uma razão muito simples, pois eles sempre sonharam ser como os brasileiros, jogar um futebol alegre, ter equipes ofensivas e onde a técnica prevalecesse.
E conseguiram!
Guardiola e Klopp são os maiores exemplos disso. Pep, porque “reinventou’ o futebol, e Klopp porque se revela um excelente seguidor que tenta aprofundar os fundamentos empregados pelo espanhol, vitorioso nas três principais ligas europeias: Espanha, Inglaterra e Alemanha.
Os “gringos” como pejorativamente tratamos os estrangeiros, principalmente quando estão em competição conosco, agora são os professores, os que nos dão lição. Veja-se os casos de Jorge Jesus e Sampaoli.
Quebrando a tradição de “garantir o emprego” evitando derrotas, os dois gringos são vencedores exatamente por trabalhar para garantir vitórias. Nada de defensivismo, de cabeça de área protetor da defesa, de centro avante fixo na área. Sem os que “sujam os calções de barro” e os “aipins”, assim identificados pelo Corneta do RW, eles venceram e encantaram fazendo com que seus times jogassem futebol, futebol coletivo, ignorando a nomenclatura e as posições fixas. Com eles, até o goleiro joga.
E o que temos com isso?
Bem, o defensivismo que acadelou o futebol brasileiro tem muito a ver com este Rio Grande amado. A autossuficiência do gaúcho, que nada mais é que um arroubo para esconder seus medos e fracassos, foi definitivo para apequenar o esporte que era orgulho nosso e reconhecido mundialmente.
Quando Claudio Coutinho deixou Falcão e preferiu Chicão, na Copa da Argentina, foi o primeiro sinal da mudança. Entre um futebol para a frente e um sujador de calção de barro, a opção foi pelo segundo. E aí fomos “campeões morais” da Copa de 78. Título que consagrou a ideia de não perder como prioridade. 
Repare o amigo leitor, a decadência desde que os gaúchos passaram a treinar a seleção brasileira. Nada ganhamos à exceção de 2002, quando Felipão tinha, entre outros, Rivaldo, Ronaldo, Ronaldinho e Roberto Carlos, para citar alguns. Ou seja, o talento garantiu o resultado, não a estratégia.
E fomos nos aprimorando par regredir, afinal o exemplo e orgulho é o campeonato gaúcho, algo que vai acabar pagando para que o torcedor vá ao estádio. Essa maneira de jogar “para não perder” foi se especializando na seleção, com Dunga e agora com Tite. Só temos o passado
A esperança é que possamos seguir os gringos e voltar a jogar o futebol que o jogador brasileiro sabe. A maior prova disso é o sucesso que nossos atletas fazem nos principais clubes do mundo. Se lá são extraordinários, por que aqui se tornam quase medíocres? É claro que o motivo está fora das quatro linhas. Jorge Jesus e Sampaoli, nos provam isto.
Só vamos mudar quando cessar o ciúme, a prepotência e a dor de cotovelo de treinadores brasileiros. Esse tempo chegará quando reconhecerem que um jogo de futebol se decide pelos gols marcados e não pelos gols evitados.  
Finalizo com um pedido ao Renato e ao Tiago Nunes: Não desistam de montar equipes para jogar futebol, esqueçam dos bruxos e compreendam que o profissional é pago para trabalhar e não para descansar.  Afinal, queremos ter orgulho dos treinadores gaúchos.
Aí, é a vocês que vamos agradecer!
Joabel Pereira