quarta-feira, 4 de abril de 2012

Duas informações diferentes sobre Airton Pavilhão....na mesma matéria.Não é tão raro isto acontecer!!!!

04 de abril de 2012 | N° 17029AlertaVoltar para a edição de hoje

FUTEBOL

Airton 1934 - 2012 “de letra”

Desde ontem, o grande zagueiro Airton Ferreira da Silva, o Airton Pavilhão, é velado no salão nobre do Conselho Deliberativo do Grêmio. O adeus ao ídolo será às 18h no Cemitério João XXIII

Airton entrava em campo com a bola de couro debaixo do braço. Quando as travas das suas botinas fincavam a grama, ele jogava a bola para cima e, antes que ela se chocasse com o solo, mandava-a de volta ao céu com um balão. Ela subia, vertical, subia, subia e a torcida urrava na arquibancada de pedra do Olímpico. Na descida, Airton amaciava-a na ponta da chuteira, onde ela se aninhava, submissa.

Esse pequeno truque era o prenúncio de outros tantos que Airton faria durante o jogo. O mais famoso deles era o de arrastar a bola até a bandeirinha de escanteio e, de lá, cercado pelos adversários, mandá-la “de letra” por cima das cabeças perplexas dos atacantes, nas mãos do goleiro do Grêmio. Dizem que com essa jogada Airton vitimou até Pelé, o que teria prejudicado sua carreira na Seleção.

Airton se orgulhava de ter cometido uma só falta em toda a sua vida. Uma única. No centroavante Larry Pinto de Faria. E feita de forma tão canhestra que ele (Airton, não Larry) saiu de campo lesionado. Alguns dizem que Airton tirou 40 bolas de cabeça da área do Grêmio em um Gre-Nal. Outros dizem que a primeira vez em que um centroavante driblou Airton foi no fim da carreira dele, quando estava prestes a se aposentar. Quase todos dizem que Airton foi o maior zagueiro que já jogou no Rio Grande do Sul.

Airton foi campeão uma dezena de vezes. Airton jogou com Pelé, Garrincha, Zito e Zagallo. Airton foi o símbolo do Olímpico. Jogou toda a sua carreira dentro do Olímpico. Viveu toda a sua vida numa casa em frente ao Olímpico. Começou a jogar no começo do Olímpico, mas do Olímpico não viu o fim. O último ano de existência do Olímpico foi o último ano da vida de Airton. Talvez tenha sido melhor assim. Talvez seu coração tricolor não resistisse quando o estádio fosse posto abaixo. Airton morreu com o Olímpico ainda de pé. Em breve, o Olímpico deixará de existir, mas a história de Airton continuará firme e invencível no coração dos gremistas. Como firme e invencível era Airton no coração da grande área.

Airton Ferreira da Silva Nascimento: 31/10/1934, na Capital Clubes: 1949-1954 – Força e Luz; 1954-1960 – Grêmio; 1960 – Santos; 1960-1967 – Grêmio; 1968 - Cruzeiro-POA; 1969-1971– Cruz Alta Teve sete convocações para a Seleção, entre elas a que conquistou o Pan-Americano no Méxicodavid.coimbra@zerohora.com.br
DAVID COIMBRA
RW postado 19:00 horas 04.04.2012